Terapia hormonal cruzada, densidade mineral óssea e composição corporal em indivíduos transgêneros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fighera, Tayane Muniz
Orientador(a): Spritzer, Poli Mara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188928
Resumo: A disforia de gênero é definida pela incongruência entre o sexo de nascimento e o sexo de identidade, com duração superior a 6 meses. Esta condição está associada a sofrimento pessoal e prejuízo em diferentes áreas, e os indivíduos submetidos à terapia hormonal (TH) cruzada podem apresentar melhora da qualidade de vida com o tratamento adequado. A TH cruzada tem como objetivo principal suprimir os hormônios endógenos e as características sexuais secundárias do sexo biológico e induzir características sexuais compatíveis com o sexo de identidade. Em indivíduos submetidos à cirurgia de afirmação sexual (CAS), a TH cruzada é utilizada como forma de reposição hormonal, uma vez que o procedimento gera uma situação de hipogonadismo persistente. A TH cruzada inadequada ou irregular, neste contexto, poderia acarretar prejuízo à saúde óssea e maior risco de baixa massa óssea e/ou fraturas. No que se refere às mulheres trans, os estudos mostram aumento ou preservação da densidade mineral óssea (DMO) na coluna lombar quando avaliada a massa óssea antes e após a terapia estrogênica. Quando comparadas aos controles do sexo masculino, a terapia estrogênica parece não afetar significativamente a DMO nos sítios avaliados. No presente estudo, uma elevada prevalência de baixa massa óssea foi observada em mulheres trans quando comparadas a controles de ambos os sexos. A maior parte das mulheres trans avaliada utilizava terapia estrogênica por longo período de forma irregular, e um terço já havia realizado CAS. No que se refere aos homens trans, não foi observada diferença significativa na DMO considerando a massa óssea antes e após a terapia androgênica, ou quando comparado aos controles do sexo feminino. As evidências atuais indicam que a TH cruzada não afeta a DMO em homens trans, e em mulheres trans está associada a aumento da DMO na coluna lombar. Contudo, as evidências são de baixa à moderada qualidade, e estudos com maior tempo de acompanhamento e uso regular da TH são necessários para confirmar estes dados.