Efeitos da terapia hormonal com testosterona sobre IMC, pressão arterial e perfil laboratorial em homens transgêneros : uma revisão sistemática e meta-análise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Velho, Indiara da Rosa
Orientador(a): Spritzer, Poli Mara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157944
Resumo: O transexualismo é caracterizado pelo desejo irreversível de viver e ser aceito como pertencente ao sexo oposto ao seu sexo biológico. Os transexuais masculinos (feminino para masculino) utilizam cronicamente hormônios androgênicos para promover alterações nas características sexuais secundárias compatíveis com o sexo de identidade, correspondendo à terapia hormonal cruzada.A testosterona é o principal hormônio usado na terapia hormonal cruzada desta população. Embora seja considerada segura, quando utilizada em doses adequadas, poucos estudos estão disponíveis na literatura a respeito dos efeitos da testosterona nessa população específica, além de incluir tamanhos amostrais pequenos. Assim, os objetivos desta dissertação foram os de revisar de forma sistemática a literatura a respeito dos efeitos do tratamento comtestosterona sobre o perfil clínico, metabólico, hematológico, lipídico e hepático de indivíduos transexuais masculinos.Nesta revisão sistemática e meta-análise, buscaram-se estudos publicados até maio de 2016 nas bases de dados Medline (PUBMED) and EMBASE. Foram incluídos estudos que relatassem intervenções com qualquer dose de testosterona e que apresentassem dados comparando variáveis clínicase metabólicas antes e depois do tratamento. Para a meta-análise, somente artigos que tivessem analisado os efeitos do tratamento com undecanoato de testosterona por 12 meses foram incluídos. Desta forma, o tamanho do efeito foi calculado como alteração em 12 meses em relação ao valor médio basal. A busca resultou em 391 artigos potencialmente elegíveis. Destes, 13 alcançaram os critérios de eligibilidade e foram incluídos na revisão sistemática. Três foram elegíveis para a meta-análise. A qualidade destes estudos de acordo com a escala de Newcastle-Ottawa Scale foi boa. O tratamento com undecanoato de testosterona promoveu um significativo aumento nos níveis séricos de testosterona (tamanho do efeito 6.18, IC 95%: 4.59 à 7.76), hematócrito(4.80, IC95%: 4.06 à 5.54), hemoglobina(1.54, IC95%: 1.10 à 1.98), e pressão sistólica (4.74, IC 95%: 2.15 à7.33). Em conclusão, os resultados deste trabalho sugerem que o tratamento comundecanoato de testosteronaé efetivo e embora aumente significativamente hematócrito, hemoglobina e pressão sistólica no primeiroano de tratamento de homens transgêneros, estes achados são clinicamente aceitáveis evidenciando segurança deste tratamento.