Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Gastaud, Marina Bento |
Orientador(a): |
Eizirik, Claudio Laks |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/115611
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Resumo: |
Introdução: Determinar critérios de indicação e contra-indicação para os tratamentos psicanalíticos é um ponto técnico crucial para a obtenção de melhora terapêutica. Entretanto, estes critérios costumam basear-se em especulações teóricas, não em investigações empíricas. Mesmo havendo discussão a respeito do que se considera melhora para o referencial psicanalítico, é relevante investigar se há diferença entre o perfil de pacientes que melhoram e não melhoram nas fases iniciais da psicoterapia psicanalítica, pois este dado tem o potencial de ser útil na indicação de tratamentos. Objetivos: O objetivo deste estudo foi identificar preditores de indicação/contra-indicação, concordância/não concordância em iniciar tratamento e melhora/não melhora inicial na psicoterapia psicanalítica de adultos. Método: Tratase de uma coorte realizada em ambulatório de saúde mental de Porto Alegre com 557 pacientes que buscaram atendimento em um período de 20 meses. Foram aplicados instrumentos para verificar qualidade de vida, sintomas e estilo defensivo dos pacientes na triagem e ao sexto mês de tratamento. Os pacientes foram alocados, com base na avaliação dos triadores e terapeutas e a partir de questionários autoaplicáveis, em: não indicação para psicoterapia psicanalítica, não concordância em iniciar tratamento, melhora/não melhora. Resultados: Primeiramente, constatou-se que os terapeutas que atendem neste ambulatório aderem, na amostra estudada, à técnica de psicoterapia psicanalítica em suas intervenções. O acompanhamento dos pacientes possibilitou encontrar que aqueles que buscam atendimento por queixas somáticas ou por queixas de atenção e com baixa escolaridade apresentaram menor probabilidade de receber indicação para psicoterapia psicanalítica; pacientes que percebem seus sintomas como muito intensos no momento da busca apresentaram maior probabilidade de receberem indicação para este tratamento. Uma vez indicados para psicoterapia psicanalítica, os preditores de não concordância em iniciar tratamento foram: baixa escolaridade, baixa renda familiar, diagnóstico de esquizofrenia, transtorno esquizotípico ou delirante, queixas depressivas e/ou nunca ter feito psicoterapia antes da busca atual. Os pacientes que permaneciam em tratamento ao final do sexto mês relataram melhor qualidade de vida, menor número de sintomas, redução na intensidade dos sintomas presentes e mudanças em alguns aspectos do seu estilo defensivo. Pacientes que buscaram tratamento por problemas de ansiedade apresentaram maior risco de não relatar melhora na qualidade de vida, sintomatologia e estilo defensivo nos seis primeiros meses de psicoterapia. Conclusões: Apesar de a psicoterapia psicanalítica ser um tratamento de longa duração, pacientes demonstraram melhora na qualidade de vida, nos sintomas apresentados e no estilo defensivo logo nos primeiros seis meses de atendimento. É relevante fomentar estudos que investiguem o papel da interação paciente-terapeuta na determinação da melhora do paciente e na indicação para psicoterapia psicanalítica, e não apenas características individuais do paciente. É necessário rever a técnica empregada durante as avaliações iniciais para aqueles pacientes com o perfil de não concordância em iniciar tratamento, considerando tanto a análise das resistências capazes de serem superadas durante este período inicial como a verificação de outros possíveis tratamentos mais bem indicados para estes casos. |