Pesquisa de processo e resultado na psicoterapia psicanalítica : desafios metodológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Costa, Camila Piva da
Orientador(a): Eizirik, Claudio Laks
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188870
Resumo: Introdução: A pesquisa em psicoterapia psicanalítica encontra-se em crescente expansão, ganhando refinamentos metodológicos. Entretanto, pesquisar no ambiente naturalístico traz inúmeros desafios que necessitam ser melhor explorados, para que, assim, as investigações possam refletir com acurácia a prática clínica. Para isso o estudo metodológico dos fatores de processo e resultado do tratamento é relevante. Objetivos: O objetivo desse estudo foi avaliar a adequação de diferentes estratégias metodológicas nas medidas de processo e resultado em psicoterapia psicanalítica. Os fatores dicutidos foram: tempo apropriado de medida, erosão amostral, follow up, e medidas da dupla paciente e terapeuta (aliança e objetivos). Método: Trata-se de uma coorte realizada em ambulatório de saúde mental de Porto Alegre com 304 pacientes que receberam indicação de psicoterapia em um período de 16 meses. Na entrevista de triagem, foram aplicados instrumentos para verificar o estilo defensivo (DSQ-40), a sintomatologia (SCL-90R) e o progresso terapêutico (OQ45) na entrevista. Na quarta sessão de psicoterapia foram coletadas medidas de processo (aliança terapêutica e os objetivos de tratamento) e aos três e seis meses de psicoterapia novamente as medidas de resultado (sintomas e progresso) foram avaliadas. Resultados: Constatou-se um progresso significativo nos primeiros três meses de tratamento e que quatro sessões não foram suficientes para avaliar todas as dimensões da aliança terapêutica. Encontramos também que o grupo de pacientes que optavam por não responder aos questionários apresentava características clínicas distintas do grupo que permaneceu em tratamento e aderiu à pesquisa, apresentando mais defesas imaturas como a negação e agressão passiva, e sintomas mais severos de hostilidade. O grupo de pacientes que abandonou precocemente o tratamento também utilizava mecanismos de defesa mais imaturos como a agressão passiva. Ocorreu também a necessidade de explorar estratégias mais eficazes para encontrar os pacientes e avaliá-los após o fim tratamento. Para isso, a ferramenta de follow up vem sendo utilizada para acompanhar o progresso do tratamento, mas principalmente para comprovar sua efetividade. Em relação aos fatores de processo como a aliança terapêutica e a concordância de objetivos constatou-se que a colaboração entre a pode estar baseada em outros fatores além da concordancida de objetivos, mas também na dimensão tarefa. Os pacientes que não compreendem ou não concordam com os menismos de ação da psicanálise são o grupo que abandona mais prococemente o tratamento. Conclusões: Sugerese que o tempo de três meses é um período chave para avaliar melhora inicial e provavelmente também se constitua em tempo adequado para avaliar fatores de processo como a aliança 9 terapêutica em todos os seus domínios. A dimensão tarefa necessita ser melhor desenvolvida pelos terapeutas em virtude de sua associação com o abandono. O conhecimento das características dos pacientes que não respondem às pesquisas e a forma como o follow up é realizado possibilita o estabelecimento de novas adequações metodológicas. Além disso, conclui-se a necessidade de fomentar o treinamento para os psicoterapeutas tanto no desenvolvimento de todas as dimensões da aliança como na adequada avaliação de fatores de processo e resultado no manejo com o paciente.