Caminhos do gênero na saúde mental : relações entre práticas educativas e a construção de diagnósticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Boeff, Muriel Closs
Orientador(a): Camargo, Tatiana Souza de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276735
Resumo: Pensar o gênero no campo da saúde tem sido cada vez mais importante, ainda mais quando discutimos o processo de construção de um diagnóstico em saúde mental. Nesse sentido, esta Tese de Doutorado buscou investigar dois pontos centrais: (1) como o gênero atuava na construção de um diagnóstico de saúde mental em mulheres, assim autodeclaradas, moradoras de uma comunidade do interior do Rio Grande do Sul; (2) na formação inicial de estudantes de Psicologia e Medicina das universidades federais do Brasil, estavam previstas – ou não – a realização de disciplinas que abordassem o ensino de gênero em uma perspectiva crítica. Estes objetivos nos levaram a discutir como o gênero mantinha relação com o discurso de profissionais da Atenção Básica ao pensar a construção de um diagnóstico de saúde mental em mulheres; a explorar como o gênero atuava sobre as vivências de adoecimento em saúde mental na comunidade; e, por fim, a investigar como gênero se apresentava nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de ensino superior em Psicologia e Medicina das universidades federais do Brasil, a fim de analisar como estava sendo construída a formação inicial destes profissionais. Metodologicamente, há na tese dois percursos distintos de coleta e análise de dados. Em um primeiro momento, apresentaram-se os dados quantitativos que diziam respeito a presença – ou não – de disciplinas que abordassem o ensino de gênero em uma perspectiva crítica nas universidades federais do Brasil. Já em um segundo momento, foram apresentados os resultados qualitativos, oriundos da análise e classificação dos dados coletados através da realização de 18 entrevistas semiestruturadas com mulheres, assim autodeclaradas, moradoras da comunidade estudada e com os profissionais da saúde que atuavam na Equipe de Estratégia de Saúde da Família do local. As categorias de análise elencadas foram: Quando o amor adoece; Trabalho e cuidado como campo de reconhecimento; O nervoso do meu corpo; Palavra de médico é sentença: os dois lados da mesma moeda. A partir disso, os resultados alcançados demonstraram a relevância deste campo de estudo e apontaram para os atravessamentos do gênero na experiência de construção e vivência de um diagnóstico de saúde mental, especialmente para as mulheres, além de evidenciarem as lacunas existentes na formação inicial dos profissionais da Psicologia e da Medicina, no que diz respeito a compreensão da relação entre gênero e adoecimento mental.