Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Muylaert, Camila Junqueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-07112016-143404/
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Resumo: |
Introdução: Historicamente vivemos em uma cultura em que as relações sociais e de trabalho foram construídas marcadas pelo binarismo: homem e mulher, sendo os trabalhos relacionados aos cuidados, lote de mulheres, desvalorizados socialmente e culturalmente. Essa realidade está imbricada no tratamento de crianças e adolescentes de CAPSi. Objetivo: Caracterizar como o gênero, enquanto instituição socialmente construída, repercute nas relações profissionais e interpessoais no âmbito dos CAPSi e nos cuidados dispensados aos usuários dos serviços e aos seus familiares. Método: Pesquisa exploratória e descritiva, caracterizada por abordagem quantitativa e qualitativa de análise dos dados. O referencial metodológico se baseou na teoria das representações sociais, bem como na análise temática de conteúdo. Utilizou-se da triangulação dos resultados obtidos nos três instrumentos empregados: formulário, entrevistas e grupos focais em 2 CAPSi no estado de São Paulo, totalizando 50 sujeitos. Para a análise dos resultados utilizou-se o que preconiza a Reforma Psiquiátrica, bem como as teorias de gênero com alguns conceitos advindos da psicanálise. Resultados e Discussão: A inserção social dos usuários consiste no principal objetivo do trabalho nos CAPSi, entretanto, é confundida com a normatização das crianças e adolescentes. Os profissionais do sexo feminino revelam dificuldade em separar a vida pessoal e profissional. Há implicações de gênero tanto no cuidado oferecido aos familiares dos usuários como dos familiares em relação aos profissionais. Responsabilizam-se as mães pelas dificuldades na condução do tratamento e pelo adoecimento dos filhos, principalmente do sexo masculino. A noção de gênero não é apropriada pelos profissionais, que a confundem com problemas sexuais e a associam às patologias. Observa-se que os meninos são vistos como mais agressivos, enquanto as meninas ficam no lugar de vítima indefesa que tem que ser acolhida. A naturalização da loucura feminina no próprio corpo revela que estamos presos aos estereótipos e preconceitos. Considerações finais: O binarismo marca as relações entre os profissionais de CAPSi, associando os homens à força física e as mulheres ao cuidado. A crença de que há um instinto feminino de cuidar contribui para que os CAPSi se constituam como um equipamento social com uma identidade que é socialmente atribuída ao feminino, fazendo deles instituições com regras pouco claras, em que faltam objetividade e praticidade, em que o lugar da lei é atribuído às instituições externas, que simbolizam o masculino. Romper com a lógica binária e pensar novas formas de lidar com as crianças e adolescentes é muito importante, uma vez que os próprios profissionais já percebem dificuldades pelo fato do serviço estar plasmado em um universo feminino. É fundamental, tanto para os profissionais de CAPSi como para os formuladores de políticas públicas uma maior consciência de como esses equipamentos e as ações neles desenvolvidas são atravessados pelas diferenças entre os gêneros. Negar essas diferenças apenas as reforça, o caminho para serem superadas ou transformadas é serem discutidas e compreendidas. |