Educação, infâncias e arte DRAG : a literatura para crianças tensionando os scripts de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rosa, Cristiano Eduardo da
Orientador(a): Felipe, Jane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204971
Resumo: Nesta pesquisa investiguei como crianças com idade entre quatro e seis anos, estudantes da Educação Infantil, são capturadas e rompem com os scripts de gênero a partir do contato com a literatura. Para isso, operei com as teorizações dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais em uma perspectiva pós-estruturalista de análise. A metodologia constituiu em três encontros de mediação de leitura literária, realizados por uma drag, e de rodas de conversa com perguntas disparadoras sobre os livros apresentados e atividades lúdicas. As obras escolhidas para leitura foram de autores/as nacionais e internacionais, com histórias para crianças que oportunizavam o debate sobre as questões de gênero, assim como de classe, raça e sexualidade. Os encontros, inspirados no projeto estadunidense Drag Queen Story Hour, ocorreram em uma biblioteca de uma cidade do Vale do Paranhana, interior do Rio Grande do Sul, durante os meses de junho e julho de 2019, como evento fechado para famílias convidadas. Por meio desta pesquisa, em que participaram nove crianças, constatei movimentos que indicam como acontece a captura (aprendizagem, percepção e (re)produção) e a ruptura (negociação e subversão) dos scripts de gênero na infância, analisando os discursos infantis sobre performatividade, controle corpos, paternidade, famílias, feminilidades e masculinidades. Observei também que tais movimentos de transgressão acontecem apenas em ambientes democráticos e laicos, quando as crianças se sentem motivadas e seguras (fatores que podem ser trazidos pela literatura e pela arte em geral) para se posicionarem e questionarem as normas que as regulam – sempre em uma matriz cisheteronormativa – seja na família, na escola, na igreja ou em outros espaços educativos e sociais dos quais elas participam e/ou transitam desde a mais tenra idade.