Possibilidades de (r)existência : uma análise de gênero e raça sobre a visibilidade de meninos negros em obras de literatura infantil contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rosa, Evelyn Souza
Orientador(a): Felipe, Jane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281959
Resumo: A principal questão de pesquisa desta dissertação de mestrado foi analisar de que modo os meninos negros são visibilizados em algumas obras literárias voltadas para o público infantil, observando de que modo gênero e raça se articulam nas obras selecionadas. Esta é uma pesquisa qualitativa, desenvolvida a partir da análise cultural, tendo por base teórica os Estudos de Gênero, os Estudos Culturais e os Estudos da Cultura Visual, em uma perspectiva interseccional (raça, gênero e classe), assim contemplando as masculinidades negras em seus processos históricos, políticos e estéticos. Outro ponto fundamental a destacar refere-se à importância da literatura infantil neste processo de discutir temas que tratam de preconceitos e visibilidades de determinados grupos excluídos e marginalizados. Para desenvolver as análises, foram selecionados doze livros, a saber: Jornada do pequeno senhor tartaruga (Inge Bergh & Inge Misschaert, 2014), O Balde de chupetas (Bia Hetzel, 2016), Esconde-esconde (Ramon Aguirre, 2016), Minha dança tem história (bell hooks & Vinicius de Assis, 2019), Benedito (Josias Marinho, 2019), Black Power de Akin (Kiusan Oliveira, 2020) , Eu também (Patricia Auerbach, 2021), O pequeno príncipe preto (Rodrigo França, 2021), Ei, Você!: um livro sobre crescer com orgulho de ser negro (Dapo Adeola, 2021), Com qual penteado eu vou? (Kiusan Oliveira, 2021), Julián é uma sereia (Jessica Love, 2021) e Quinzinho (Luciano Ramos, 2021). Para entender quais os lugares que os meninos negros ocupavam nas tramas e o modo como os scripts gênero eram propagados (produzidos) nas narrativas e nas ilustrações desses artefatos culturais, foi necessário mapear as marcações/elementos corporais atribuídos a eles, por meio das descrições e das ilustrações, observando ainda a qualidade literária das obras. Foram identificadas três unidades de análises: enredos e ilustrações que reforçam os scripts de gênero; O investimento na autoestima dos meninos negros, e por fim, nossos passos vêm de longe: valorização da ancestralidade e seu legado. Foi possível perceber que a maioria dos livros analisados opera com a visibilidade positiva dos meninos negros, contribuindo assim para que eles se identifiquem com as histórias, tanto no enredo quanto nas ilustrações, e percebam o valor da representatividade e da (r)existência. Desse modo, a literatura pode desempenhar um importante papel para recriar futuros diferentes da educação colonial que marginaliza e silencia as epistemologias e tradições dos povos africanos e indígenas.