Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Jéssica Tairâne de |
Orientador(a): |
Felipe, Jane |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/204968
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Resumo: |
A presente pesquisa é baseada nas abordagens teóricas dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais. O problema de pesquisa consistiu na seguinte questão: O que as crianças pensam sobre as situações de violência que elas vivenciam em seu cotidiano e como as interpretam, em especial no que refere às violências de gênero vivenciadas em suas famílias? Assim, pretendi lançar o olhar sobre os maus-tratos emocionais e outras formas de violências de gênero, a partir da percepção das crianças, verificando de que modo elas viam e interpretavam as situações de violência doméstica, e como tais situações reverberavam na escola de Educação Infantil. Desta forma, o estudo se desenvolveu por meio de uma pesquisa com crianças que se deu a partir da literatura infantil e de rodas de conversa com grupos de crianças de cinco anos de idade de uma escola de Educação Infantil da Rede Pública da região metropolitana de Porto Alegre/RS. Os resultados mostraram que, a partir das intervenções realizadas através das rodas de conversa, foi possível perceber que as crianças reconhecem e, inclusive, denunciam práticas de violência no âmbito doméstico, tais como agressões verbais e/ou físicas às mulheres, além de situações de “negligência” dos adultos para com elas, que neste estudo foram entendidas como modos de sobrevivência. Também se evidenciou um número maior de meninos expostos a essas prática, havendo, ainda, em muitos casos, um silenciamento dos casos de violência sexual. Foi possível perceber uma maior dificuldade dos meninos de mostrar suas emoções, vulnerabilidades e medos, o que evidencia o quanto eles sofrem com a recorrente vigilância sobre suas masculinidades, reverberando nos rituais de passagem para um processo de adultização das crianças em alguns aspectos. Outro ponto percebido foi que a maioria das crianças denuncia os mais variados tipos de violências que suas mães ou mulheres de suas famílias sofrem, mas já vêm sendo tratada de maneira naturalizada pela ótica infantil. A pesquisa levou em conta a participação infantil e os relatos das crianças mostram a urgência do investimento em uma educação de meninos e meninas de forma que tensione os scripts da masculinidade hegemônica e da submissão da mulher, desnaturalizando as violências as quais as crianças sofrem e/ou presenciam. |