Protagonismos de meninas negras na literatura infantil contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Vanessa Rosa da
Orientador(a): Felipe, Jane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/218411
Resumo: Esta dissertação de mestrado teve como objetivo analisar os protagonismos de meninas negras na literatura infantil, em um acervo de 10 obras literárias infantis contemporâneas. A discussão e as análises foram subsidiadas pelas perspectivas dos Estudos de Gênero, dos Estudos Culturais e da Educação Antirracista. Tornou-se importante fazer um estudo das narrativas e ilustrações das meninas negras protagonistas dos livros infantis selecionados para a pesquisa. As análises exigiram um estudo mais aprofundado dos conceitos de scripts de gênero, raça e literatura infantil. Os protagonismos encontrados foram analisados com base metodológica da análise cultural, o que implica observar e compreender a identidade cultural do indivíduo a partir de seus valores, princípios e história de vida. Foram identificadas três unidades de análise: “Cachinhos, crespinhos, birotes e coquinhos”: por que o cabelo é uma questão para as meninas negras?; “Cor de pele de quem?” O colorismo na literatura infantil; “Família não se separa nunca, só estica no tempo”: entre idealizações de família e maternidade, as estatísticas de abandono paterno. Percebi que há um exercício de empoderamento e qualificação das meninas negras protagonistas nas obras literárias contemporâneas. Porém, ainda é preciso desmistificar alguns scripts que se repetem no acervo pesquisado e que identificam um padrão de traços fenotípicos das protagonistas negras das histórias com relação à sua pertença racial. Foi necessário discutir o conceito de qualidade literária, uma vez que as obras apresentam, em sua grande maioria, finais surpreendentes, ilustrações coerentes com o texto escrito e escrita diferenciada. Isso me permitiu chegar à conclusão de que o acervo escolhido carrega muitas qualidades de repertório, mas ainda é preciso que histórias de literatura infantil diversificadas sejam apresentadas às crianças desde pequenas, abordando diferentes temas, como gênero, sexualidade e relações étnico-raciais. Isso possibilitará que as crianças reflitam sobre sua realidade, especialmente as meninas negras, que ainda são as maiores vítimas de violência e abuso sexual neste país.