Barreiras, facilitadores e correlatos da prática de atividade física em pacientes com transtorno depressivo maior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Monteiro, Fernanda Castro
Orientador(a): Fleck, Marcelo Pio de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199073
Resumo: Introdução: O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é uma condição médica caracterizada por anormalidades de afeto, humor e alterações nas funções cognitivas, trazendo diversos prejuízos ao dia-a-dia do indivíduo. Muitos são os tratamentos utilizados para o TDM, sendo os de maior evidência os medicamentos antidepressivos e as psicoterapias. No entanto, mais da metade dos pacientes continuam apresentando sintomas após a primeira intervenção terapêutica, necessitando de tratamentos complementares. A atividade física (AF) e o exercício físico (EF) podem figurar como potenciais alternativas complementares aos tratamentos tradicionais, auxiliando na redução dos sintomas depressivos e contribuindo com uma melhora da qualidade de vida. Entretanto, pessoas com TDM apresentam uma baixa adesão a programas e intervenções envolvendo AF. Dessa forma, compreender as barreiras, os facilitadores e os fatores clínicos e sócio-demográficos associados à prática de AF, de esportes e de EF em pessoas com TDM são essenciais. Métodos: Essa dissertação é composta por dois artigos. O primeiro artigo descreve os correlatos clínicos e sócio-demográficos da prática de esportes e exercícios em pacientes com TDM em atendimento ambulatorial no Programa de Tratamento de Transtornos de Humor (PROTHUM), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O segundo artigo descreve as potenciais barreiras, facilitadores e correlatos à prática de AF em pacientes com TDM, participantes de um ensaio clínico randomizado realizado no mesmo PROTHUM, HCPA. Resultados e Considerações Finais: Artigo 1: Participantes com menos sintomas somáticos no HAM-D (OR = 3,69; IC95% 1,39; 9,78; p = 0,008), com menor comprometimento do desempenho no BDI (OR = 3,61; 95% 1,47; 8,85; p = 0,005) são mais propensos a praticar esportes e exercícios. Pacientes com depressão leve de acordo com HAM-D (OR = 2,42; IC95% 1,00, 5,88; p = 0,04) ou leve a moderada segundo o BDI (OR = 3,96; IC95% 1,41, 11,15; p = 0,009) são mais propensos a se envolver regularmente em esportes e exercícios. Tabagismo (OR = 0,23, 95% 0,80, 0,67, p = 0,007) e ser divorciado (OR = 0,22, IC 95% 0,57, 0,86, p = 0,03) estão ligados ao menor engajamento em esportes e exercícios. Nossos achados indicaram que fatores clínicos e demográficos estão significativamente associados com participação de esportes e prática de exercícios entre pacientes ambulatoriais com TDM. Artigo 2: Pacientes ambulatoriais com TDM perceberam mais benefícios do que barreiras à prática de AF. Os benefícios mais percebidos do exercício foram Desempenho Físico (média = 3,00; DP = 0,3) e a barreira mais percebida foi Esforço Físico (média = 2,95; DP = 0,4). Os benefícios apresentam média = 2,82 (0,1) e as barreiras a média = 2,47 (0,2). Nas subescalas, Melhoria de Vida (r = -0,337; p = 0,009), Desempenho Físico (r = -0,348; p = 0,007), Perspectiva Psicológica (r = -0,364; p = 0,005), Interação Social (r = - 0,317; p = 0,015) e Saúde Preventiva (r = -0,352; p = 0,007) foram inversamente correlacionados com os escores do BDI. Passos por semana e Esforço Físico foram inversamente correlacionados (r = - 0,351; p = 0,031) e Passos por Dia e Tempo Gasto foram positivamente correlacionados (r = 0,321; p = 0,049). A avaliação de correlatos clínicos e demográficos é relevante para o desenvolvimento de estratégias para aumentar os níveis de AF em indivíduos deprimidos, ajudando a diminuir os sintomas depressivos e melhorar a saúde.