Caracterização de funções neurocognitivas em pacientes com transtorno depressivo maior grave com e sem sintomas psicóticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Balestra, Aline Gerbasi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-01092023-145309/
Resumo: Introdução: Transtornos Depressivos (TDM) manifestam-se de maneiras distintas, sendo que a presença de sintomas psicóticos é uma característica clínica importante. Alguns estudos sugerem que o Transtorno Depressivo Maior com sintomas psicóticos (TDM-P) deva ser considerada uma categoria específica de Depressão Maior. Objetivo: investigar as diferenças de desempenho neurocognitivo e paradigmas experimentais de pacientes com TDM-P e Transtorno Depressivo Maior Não Psicótico (TDM-NP) comparados a controles saudáveis. Metodologia: Pacientes com TDM-NP (n=21) e pacientes com TDM-P (n=15) foram avaliados com o uso de uma bateria neurocognitiva (CNS-VS7), paradigmas experimentais (tarefas de memória verbal e visual afetiva e Go/No-Go afetiva) e avaliação de estilos explicativos. O mesmo procedimento foi realizado com controles (27). Após seis meses os pacientes e controles foram reavaliados utilizando os mesmos instrumentos adicionando uma avaliação de capacidade intelectual (WAIS). Resultados: Na avaliação inicial foi verificado que as características sócio-demográficas de sexo, idade, e estado civil não apresentaram diferenças significativas entre os três grupos. Quanto à escolaridade, os controles apresentaram maior número de anos de estudo e encontravam-se mais ativos profissionalmente do que os deprimidos. As escalas de avaliação de gravidade demonstraram que TDM-P e TDM-NP encontravam-se gravemente deprimidos e ansiosos. A avaliação neurocognitiva demonstrou um prejuízo maior no grupo de TDM-P que no TDM-NP e controles, em várias funções (memória composta, memória verbal, velocidade de processamento, funções executivas, velocidade psicomotora, tempo de reação, atenção complexa e flexibilidade cognitiva). Nos paradigmas experimentais, diferenças significativas foram evidenciadas em que TDM-P e TDM-NP demonstraram maior dificuldade de controle do impulso diante de palavras e imagens negativas e maior erro diante de palavras e imagens positivas do que os controles. Na fase de reavaliação, TDM-P e TDM-NP apresentaram diminuição significativa em seus escores nas escalas BDI, BAI e BHS, porém não representativas de remissão do transtorno. No desempenho neurocognitivo, a análise longitudinal apontou diferenças significativas intragrupo para os pacientes psicóticos, com melhora nos escores em várias funções neurocognitivas (memória composta, velocidade de processamento, funções executivas, velocidade psicomotora, tempo de reação, atenção complexa e flexibilidade cognitiva). Nos paradigmas experimentais, os resultados não apontaram melhora longitudinal no controle do impulso diante de palavras de valência afetiva, assim como nas tarefas de memória verbal. Na tarefa de memória visual afetiva, poucas diferenças significativas foram identificadas. Quanto aos estilos atributivos, todos os grupos apresentaram alguma diferença no padrão, no sentido positivo. Conclusão: Os resultados demonstraram concordância com a literatura sendo que TDM apresentam maiores prejuízos no desempenho neuropsicológico e em paradigmas experimentais com valência afetiva, comparados a controles. Reforçam ainda a hipótese de que os pacientes com TDM-P apresentam um desempenho pior do que o grupo TDM-NP, além de serem clinicamente diferentes na apresentação dos sintomas, apesar do mesmo nível de gravidade de depressão. O desenho longitudinal refletiu uma melhora discreta nas tarefas neurocognitivas e paradigmas experimentais. Estima-se que, com um tempo maior de acompanhamento no tratamento e evolução destes pacientes, novos panoramas se abrirão, oferecendo uma visão mais ampla sobre a comparação dos dois subtipos de depressão.