Crescimento de recém-nascidos prematuros baixo peso e a possível relação com a microbiota do mecônio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Terrazzan, Ana Carolina
Orientador(a): Silveira, Rita de Cássia dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/230685
Resumo: Introdução: A microbiota intestinal desempenha um papel benéfico na formação e desenvolvimento do hospedeiro. Prematuros estão propensos à disbiose desde o período intrauterino e esta predispõe o neonato a morbidades relevantes. Objetivos: Artigo 1: Verificar se há associação entre a composição da microbiota do mecônio e adequação do peso para idade gestacional e momento de catch up do perímetro cefálico. Artigo 2: Comparar crescimento e adiposidade de crianças nascidas prematuras de baixo peso à de crianças nascidas a termo, no primeiro ano de vida. Materiais e Métodos: Estudo de acompanhamento e avaliação nutricional de crianças prematuras de baixo peso (grupo caso) e crianças nascidas a termo, saudáveis (grupo controle). Ambos os grupos estavam incluídos no estudo Associação entre microbiota fetal, prematuridade e morbidades do recém-nascido pré-termo (aceito no CEP nº40009), no qual, foram feitas coletas de mecônio para sequenciamento genético do microbioma. Ao término da coleta de dados para o projeto supracitado, os participantes foram convidados a participar do projeto de seguimento intitulado influência da microbiota intestinal no período perinatal no crescimento de crianças prematuras de baixo peso (aceito no CEP nº1.1139.066). O presente estudo trata de uma coorte prospectiva, com prematuros baixo peso e um grupo de recém-nascidos a termo, saudáveis. Avaliados peso, comprimento, perímetro cefálico, perímetro braquial, dobra cutânea tricipital e subescapular, os respectivos escores-z. O banco de dados do microbioma foi utilizado em combinação ao banco de dados antropométricos. Excluídas crianças com malformações e erros inatos do metabolismo, filhos de mãe HIV+. Resultados: Acompanhados 63 prematuros, sendo 30 (47,6%) meninos, com idade gestacional média de 30±2,3 semanas. Grupo controle composto por 29 nascidos a termo, sendo 15 (51,7%) meninos com idade gestacional média 39,5±1,2. Polinucleobacter (p=0,0163), Gp1 (p=0,018) e Prevotella (p=0,038) apareceram em maior abundância no mecônio de prematuros com peso adequado para idade gestacional ao nascer. Salmonellala (p<0,001), Flavobacterium (p = 0,026) e Burkholderia (p = 0,026) eram mais abundantes em mecônio no grupo de recém-nascidos prematuros que alcançaram o catch up até o 6º mês de idade corrigida. Não houve diferença significativa para as variáveis antropométricas aos 2 e 4 meses. Aos 10 meses menores para peso (p=0,004), comprimento (p<0,001) e perímetro cefálico (p=0,002), e, aos 12 meses menores em comprimento (p=0,041), perímetro cefálico (p=0,0021) e dobra cutânea tricipital (p=0,025). Dobra cutânea tricipital apresentou correlação positiva com peso, dobra cutânea subescapular e perímetro braquial e seus respectivos escores-z aos 12 meses em ambos os grupos. Conclusão: Crianças nascidas prematuras apresentam padrão de crescimento diferente daqueles nascidos a termo, IMC e dobra cutânea tricipital se mostraram úteis para serem utilizados na avaliação do padrão de crescimento de prematuros. A abundância de unidades operacionais taxonômicas no mecônio difere entre crianças que atingem o perímetro cefálico até o sexto mês de idade corrigida ou após esse período.