Análise da transferência da microbiota materna para o recém-nascido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Caprara, Gabriele Luiza
Orientador(a): Goldani, Marcelo Zubaran
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271263
Resumo: Introdução: Cerca de 50% das espécies microbianas do intestino do recém-nascido se assemelham com a microbiota materna, indicando uma possível transmissão vertical. O tipo de parto, a amamentação, a composição da microbiota materna, o estado nutricional materno e fatores ambientais têm demonstrado relação com o microbioma intestinal do recém-nascido após o nascimento. Objetivos: Investigar a transferência da microbiota intestinal materna para o recém-nascido, determinando a composição das microbiotas do intestino materno e do recém-nascido e verificando fatores que possam influenciar essa microbiota. Métodos: Estudo transversal que avaliou gestantes a partir de 37 semanas de idade gestacional e seus filhos recém-nascidos. Coletou-se amostra biológica da mucosa anal da gestante antes do parto e do recém-nascido, entre 24 a 48h após o parto, quando ocorreu a impossibilidade de coletar amostra de fezes. Foi aplicado um questionário geral de coleta de dados socioeconômicos, demográficos e estilo de vida durante a gestação. Dados do pré-natal foram coletados na carteira da gestante e dados relacionados ao parto e recém-nascido foram coletados no prontuário médico e caderneta de saúde do bebê. O microbioma das amostras foi realizado através do sequenciamento das regiões hipervariáveis v3-v4 do gene 16S. As análises de alfa diversidade foram realizadas utilizando as métricas de Observed Richness e índice de diversidade de Shannon. Para beta diversidade foram realizadas análises de coordenadas principais utilizando Weighted Unifrac. Para abundância diferencial, utilizou-se um Negative Binomial Wald Test. A análise de transferência de microbiota foi correlacionada com a via de parto e para determinar a probabilidade da microbiota ser transferida da mãe para o recém-nascido, utilizou-se um teste exato de Fisher e Odds Ratio. Uma Weighted Transfer Ratio foi utilizada como medida generalizada de transferência. Antes da coleta de dados as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram garantidas a privacidade quanto a identificação das participantes e seus filhos e a confidencialidade dos dados obtidos. As variáveis utilizadas nesta pesquisa foram: estado nutricional pré-gestacional (adequado, sobrepeso/obesidade); tipo de parto (vaginal, cesárea) e peso de nascimento do bebê classificado pela idade gestacional (pequeno, adequado ou grande). Resultados: Obtivemos uma amostra de 30 duplas mãe-recém-nascidos. A composição da microbiota intestinal nas díades foi caracterizada principalmente por Bacteroidetes, Actinobacteria e Firmicutes. Na análise da transferência correlacionada pela via de parto, obtivemos Variantes de Sequenciamento de Amplicon significativas (p<0,05) e a relação entre abundância relativa materna e transferência da microbiota se mostrou inversamente proporcional. O índice de massa corporal materno pré-gestacional, o tipo de parto e o peso de nascimento do recém-nascido de acordo com a idade gestacional apresentaram influência no microbioma dos neonatos. Conclusões: Em nossa amostra, ocorreu a transferência da microbiota materna para o recém-nascido e as variáveis estudadas (índice de massa corporal materno pré-gestacional, tipo de parto e peso de nascimento pela idade gestacional) apresentaram influência no microbioma dos neonatos.