Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fischborn, Luciano |
Orientador(a): |
Teixeira, Alex Niche |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/225447
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Resumo: |
Esta dissertação de mestrado busca compreender a repercussão de casos de violência no Twitter, mais especificamente quais discursos são expressados pelos atores e o que os mobiliza a comentarem um desses casos. A hipótese é que os indivíduos manifestam suas visões de mundo ao publicar sobre um evento de violência e que as emoções os mobilizam e revelam regramentos morais. Parte-se de uma síntese teórica da sociologia e antropologia das emoções, que colocam a categoria como central de análise, revelando moralidades e relações de poder. Outro eixo teórico considerado são as contribuições da sociologia digital para pesquisar redes sociais, as novidades e continuidades do mundo conectado, bem como uma contextualização do ambiente pesquisado no qual ocorrem as interações. O objeto empírico são os tweets sobre o “sequestro na ponte Rio-Niterói”, evento amplamente midiatizado ocorrido em agosto de 2019, e os dados foram coletados por meio da linguagem R. Com um desenho de pesquisa longitudinal, a primeira parte englobou o início da repercussão, ao passo que a segunda se inicia com a primeira menção ao tiro do policial que matou o sequestrador que liberou todas as vítimas, totalizando 8340 tweets. Com uma abordagem de natureza mista, a análise de conteúdo foi feita com auxílio do NVivo 12 Pro, codificando o material em Nós de modo manual e por meio das palavras mais frequentes, levando em conta as opiniões e emoções. Na primeira parte se destacaram comentários de trabalhadores reclamando do trânsito, críticas à mídia e punitivismo pedindo a morte do sequestrador, e as principais emoções foram tristeza, indignação e compaixão em relação as vítimas. Na segunda, se sobressaiu comemoração, pela morte do sequestrador ou o resgate das vítimas, em medida menor críticas a esta postura, postagens de humor, críticas à mídia e críticas punitivas ao previdenciarismo penal, reivindicando o uso da força para resolver a situação. As emoções nesse momento, por outro lado, foram alegria, próximo de comemoração, nojo em relação ao sequestrador e admiração em relação a polícia. As emoções morais - como a compaixão e o nojo - delimitam quem tem valor, no caso as vítimas, e quem não tem e merece punição. Os resultados revelam conflitos contemporâneos nas redes sociais como as dinâmicas de polarização, politização, bem como adesão a ideais punitivos, anti-jornalismo, além de destaque de políticos de direita dentre as postagens mais populares. |