Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Paula, Tatiane Estácio de |
Orientador(a): |
Loguercio, Rochele de Quadros |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/259601
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Resumo: |
A presente tese de doutorado analisa práticas que constituem, posicionam e produzem verdades sobre os sujeitos com deficiência visual no campo da Química. Para tanto utilizam os uma proposta metodológica baseada em dois movimentos, denominados exploratório e operatório que resultou na constituição de cinco artigos. O movimento exploratório permitiu realizar uma aproximação com o tema de investigação, o primeiro artigo contempla a discussão de alguns registros históricos e legislações sobre a temática da Educação de pessoas com deficiência com o intuito de entender como os jogos de força produzem e podem ser percebidos em tais documentos. Esse movimento de olhar os arquivos de normatização da Educação para atender às demandas de pessoas com deficiência, nos situava nos ditos históricos no enquadramento de jogos de força, mas apenas apresentava a seara na qual se insere está pesquisa, a Educação em Ciências/Química Para tanto, no segundo artigo da tese fez se necessário buscar o trajeto desses embates neste campo específico. Os anais de evento costumam ser uma efervescência sobre as pesquisas e ali se buscou e analisou as produções nacionais na área do Ensino/Educação em Química tecendo problematizações sobre as práticas de in/exclusão de pessoas com deficiência visual nesta área do conhecimento. Contemplando o movimento operatório o terceiro artigo realizou uma busca das narrativas sobre a temática da formação em Química em sua relação com a deficiência visual, mediante as experiências relatadas em uma entrevista com uma licenciada com cegueira congênita, ressaltando a existência de grupos de sujeitos (in)conformados com a presença de uma pessoa com deficiência visual no campo da Química. No quarto capítulo apresenta se relatos de futuros professores de Química expressos mediante a realização de uma oficina conduzida pela metodologia de observação planejada. Como resultado destaca se os efeitos que são produzidos pelas pr áticas no campo do Ensino/Educação em Química tendem a posicionar a pessoa com deficiência como um sujeito incapaz frente às demandas visuais consideradas necessárias para atuar na área, essas ações estão aliadas ao discurso de uma normalidade visual: “ver para aprender”. Destaca se também neste artigo os registros dos espaços físicos universitários que não tem sido constituído de maneira acessível e sensível às necessidades/demandas de uma pessoa com deficiência visual são projetados na normalidade do padrão e na padronagem de uma norma, isto é, se uma legislação indica a colocação de piso tátil, ele é colocado, mas apresenta-se muitas vezes ineficaz, pois quem coloca o piso, ou organiza o piso é vidente é “ ou estima a circulação no espaço de um padrão de “estudante ideal”. Por fim no quinto capítulo apresenta se a junção de enunciações presentes na entrevista com a professora cega com os relatos de futuros professores de Química. Enquanto uma maioria expres siva dos sujeitos não reconhece/entende as potencialidades das diferenças que vem da pessoa com deficiência visual, alguns poucos cruzam o território utopizado frente às diferenças entre os sujeitos que compõem o sistema escolar e se posicionam nos lugares (in)devidos torcendo o campo e criando contraespaços de existência e educação. Nesse momento da pesquisa, após já consolidada a arquivização dos conceitos foucaultianos e seu emprego no corpus analíticos da tese ( saber /poder subjetivação, governamentalidade, segurança e população), o conceito de heterotopia do autor ganha relevo, pois ao ser entendido como a possibilidade de existir, nos espaços instituídos, os contraespaços que permitem resistir às marcações e padronizações almejadas, como possibilidade de criar, traçar novos caminhos e outras possibilidades, ele se torna ferramenta para entender e analisar a existência de uma mulher com cegueira congênita que se tornou professora de Química e os efeitos que sua existência produz nas falas da Educação em Ciências e Química enquanto diferença. |