Efeito imunorregulatório da vitamina d no sistema nervoso central de camundongos com lúpus induzido por pristane

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Karnopp, Thaís Evelyn
Orientador(a): Monticielo, Odirlei André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271294
Resumo: Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune inflamatória crônica e multissistêmica. Entre os diversos órgãos e sistemas que podem ser afetados, o sistema nervoso central (SNC) se destaca, podendo ter manifestações neurológicase/ou psiquiátricas. Esta condição é conhecida como lúpus neuropsiquiátrico (NPSLE). Na sua fisiopatogenia, há disruptura da barreira hematoencefálica (BHE) levando ao surgimento de lesões e disfunções neuronais que podem se expressar como alterações cognitivas, distúrbios psiquiátricos, convulsões e cefaleia.Estudos demonstram que a vitamina D tem efeito imunomodulador e protetor em células do sistema imune e também no SNC, sendo capaz de atravessar a BHE devido a sua lipossolubilidade. Apesar de apresentar vários sintomas da doença em humanos, o modelo de lúpus induzido por pristane (PIL) é pouco estudado quanto aos mecanismos fisiopatogênicos de disfunção neuronal e suas repercussões neuropsiquiátricas. Objetivo: Avaliar os efeitos imunorregulatórios da vitamina D no cérebro de modelo murino de lúpus induzido por pristane. Metodologia: Foram utilizados 76 camundongos Balb/c fêmeas de 8-12 semanas. O modelo foi induzido através de uma injeção intraperitoneal (i.p.) contendo 500μl de pristane. Os animais foram randomizados em 3 grupos: controle (CO), lúpus induzido por pristane (PIL) e PIL que receberam uma injeção i.p contendo 2μg/kg de 1α,25 dihidroxivitamina D, em dias alternados. Foram realizados testes comportamentais como nado forçado, labirinto de Barnes [memória de curto (STM) e longo (LTM) prazo], locomoção em labirinto aberto e labirinto elevado, nos tempos 0, 90 e 180 dias (T0, T90, T180) após a indução. Cada grupo foi dividido em 2 subgrupos que foram eutanasiados em 90 e 180 dias após a indução. Foi realizado análise de citocinas IL-6 eIFN-α1, no soro destes animais, pela técnica de ELISA. Foi realizada imunofluorescência para marcação de infiltrado de IgG e IgM, e expressão do receptor de vitamina D fosforilado (pVDR). Também foi realizado teste de sensibilidade e especificidade, curva AUC-ROC, para as imunoglobulinas. Resultados: Os grupos PIL e VD apresentaram um aumento de imobilidade no teste de nado forçado, comparado ao grupo CO, bem como redução do tempo de nado, em ambos os tempos. Houve redução do número de entradas nos 8 braços abertos do labirinto elevado, em animais com PIL, comparados ao grupo CO, tanto no T90, quanto no T180. O grupo PIL obteve um maior número de erros no T90, no labirinto de Barnes, em relação ao grupo VD (STM). Ainda, em LTM T90, o grupo PIL obteve um maior número de erros e menor número de acertos em relação aos grupos CO e VD. Tanto o grupo PIL, quanto o VD, apresentaram aumento do baço, depósito de IgG nos rins e um escore elevado de glomerulonefrite. Os níveis de IFN-α1 foram elevados em PIL e VD, comparados ao grupo CO em T90 e T180. No cérebro, o grupo PIL apresentou maior infiltrado de IgM e IgG, quando comparado aos grupos CO e VD em ambos os tempos. A expressão de pVDR permaneceu reduzida no grupo PIL, enquanto nos grupos CO e VD houve aumento.A curva AUC-ROC demonstrou 100% de sensibilidade e especificidade para IgG no cérebro. Conclusão: Animais com PIL apresentaram sinais de depressão, ansiedade e déficit de memória, já a partir do terceiro mês após indução. Também apresentaram depósitos de imunoglobulinas no cérebro e redução da expressão de pVDR. A vitamina D não foi capaz de modular o comportamento do tipo depressivo e ansioso destes animais, mas teve ação protetora na memória. A vitamina D obteve um efeito imunomodulador e reduziu os depósitos de IgM e IgG no cérebro, além de aumentar a expressão de seu receptor ativo (pVDR) neste órgão.