Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Silva, Márcia Veiga da |
Orientador(a): |
Fonseca, Virginia Pradelina da Silveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/118550
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Resumo: |
Esta tese trata da formação universitária dos jornalistas, observada no âmbito de duas universidades federais brasileiras. O estudo procurou compreender como os valores sociais hegemônicos e os sistemas classificatórios de diferença se imiscuem nos processos de ensino e aprendizagem do jornalismo, perpassando os saberes de profissão, as práticas pedagógicas e as relações interpessoais, interseccionados aos paradigmas e epistemologias dominantes que funcionariam como dispositivos de restrição à compreensão dos fenômenos sociais contemporâneos. Destarte, buscou entender como os saberes para a profissão ensinados na universidade são perpassados pelos regimes de verdade do poder disciplinar (FOUCAULT, 2012) que incidem nas possibilidades de leitura e narração da realidade, bem como nos encontros com a alteridade. Para essas compreensões, foram adotadas as perspectivas teóricas de viés epistemológico que concebem o jornalismo como uma forma de conhecimento social (GENRO, 1987; MEDITSCH, 1992; 2012; 2014), associadas a outras áreas do conhecimento denominadas de epistemologia da alteridade (PELÚCIO, 2012; MISKOLCI, 2012). As “lentes” conceituais de Foucault, da filosofia da ciência, dos estudos póscolonialistas, feministas e queer também foram norteadoras para pensar como o híbrido poder-saber opera produzindo normatividades, enredado a diferentes instâncias e ao próprio Jornalismo. Por essas perspectivas teóricas foi possível perceber que os tipos de conhecimento jornalístico (seja na forma das notícias, nas teorias ou nas práticas de ensino) (MEDITSCH, 2014) são perpassados por uma racionalidade constituída de forma predominante a partir de um paradigma (moderno/positivista) e de um sistema-mundo (capitalista, masculinista, racista, heterossexista, ocidentalista), os quais estabelecem os valores que legitimam o saber como verdade. O método de pesquisa foi inspirado na etnografia, aplicando a técnica da observação participante, com descrição densa, no acompanhamento de disciplinas teóricas e práticas de seis turmas de graduação. Entre as constatações do trabalho está a de que as convenções sociais hegemônicas, acionadas pelos jornalistas no processo de produção de notícias, também resultam de uma formação universitária cujas bases repousam em paradigmas restritivos ou limitados no seu potencial de compreensão mais ampla e complexa dos sujeitos e das relações sociais contemporâneas. Neste sentido, a estrutura da universidade e as práticas pedagógicas, bem como os arcabouços conceituais utilizadas no ensino das teorias e práticas da profissão, não têm potencializado que o conhecimento do Jornalismo desenvolva seu potencial crítico e revolucionário (GENRO FILHO, 1987). Deste modo, resulta em uma formação limitada na potencialização da capacidade de agência dos profissionais, do exercício da práxis e das condições de encontro com a alteridade, contribuindo com a reprodução simbólica de racionalidades dominantes que forjam desigualdades sociais na cultura. |