O outro na narrativa de perfil : como o perfilado se sente representado no texto jornalístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Luís Eduardo Tebaldi
Orientador(a): Fonseca, Virginia Pradelina da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212507
Resumo: Esta pesquisa insere-se no campo dos estudos sobre a alteridade no jornalismo, pois visa compreender as possibilidades de representação do Outro e, em consequência, as possibilidades de produção de um texto que favoreça a emergência da visão de mundo da fonte. O objetivo geral foi analisar como pessoas retratadas em perfis jornalísticos se veem representadas nos textos publicados sobre si. Para isso, foram entrevistadas cinco pessoas perfiladas em reportagens de Zero Hora, publicadas entre 2017 e 2019, na série Singular. A metodologia de pesquisa, além da entrevista em profundidade, teve como base a Análise de Discurso (AD), de linha francesa, que foi aplicada sobre as entrevistas para extrair os sentidos que pudessem indicar se os entrevistados se sentiram representados ou não pelas reportagens de Singular. Na investigação empírica, foram identificadas e avaliadas 267 sequências discursivas (SDs), que foram enquadradas em quatro formações discursivas (FDs): FDR – Formação Discursiva de Representação; FDNR – Formação Discursiva de Não Representação; FDJ – Formação Discursiva das Percepções dos Entrevistados Sobre o Jornalismo; e FDNROD – Formação Discursiva de Não Representação do Outro Divergente. Em geral, os entrevistados disseram se sentir representados por sentidos que foram identificados como de Extensão, Reconhecimento, Fidelidade e Proximidade. Contudo, ao longo da análise, os dados levaram a um questionamento: os indivíduos perfilados em Singular configurariam um Outro para o jornalismo – temática abordada nos capítulos teóricos – ou representariam, apenas, um Mesmo? Constatou-se que o padrão médio dos entrevistados da série era de um homem branco, com mais de 50 anos, heterossexual, com um padrão de vida que pode ser considerado de classe média ou alta. Além disso, a partir de suas falas, descobriu-se que os cinco perfilados já haviam sido entrevistados diversas vezes por jornalistas, mostrando que até o “singular” é percebido da mesma forma por diferentes jornalistas, o que transforma o singular no Mesmo.