Efeitos biológicos da curcumina e sua forma micronizada em ensaios in vitro e in vivo em peixes-zebra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sachett, Adrieli
Orientador(a): Piato, Angelo Luis Stapassoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/237656
Resumo: O estresse induz mudanças neurobiológicas complexas no sistema nervoso central que envolvem alterações nos níveis de neurotransmissores, defeitos na plasticidade sináptica e neurogênese, desequilíbrio do estado oxidativo, disfunção mitocondrial e neuroinflamação, predispondo o indivíduo a transtornos mentais como ansiedade e depressão. A farmacoterapia disponível para tratar esses transtornos apresenta limitações em relação à eficácia, justificando a busca por novos tratamentos. Nesse sentido, estudos têm demonstrado que a curcumina, um polifenol extraído do rizoma de Curcuma longa L. (Zingiberaceae), é um potencial candidato para tratar transtornos mentais pois é capaz de modular processos biológicos relacionados. Entretanto, a curcumina apresenta baixa biodisponibilidade e isso pode comprometer sua utilização. O processo de micronização utilizando fluido supercrítico é capaz de gerar mudanças na estrutura física, aumentar a taxa de dissolução e solubilidade de compostos ativos. Na presente tese, comparamos, através de diferentes ensaios in vitro e in vivo, os efeitos da curcumina convencional (CUR) com a curcumina micronizada (CM). Inicialmente, investigamos os efeitos antioxidantes in vitro da CUR e CM bem como avaliamos os efeitos comportamentais e bioquímicos das diferentes preparações de curcumina em um modelo de estresse crônico imprevisível (ECI) em peixes-zebra. Nos testes in vitro, CM (1 g/L) apresentou maior atividade antioxidante do que CUR, medida pelo poder antioxidante redutor de ferro (FRAP), remoção do radical 1,1-difenil-2-2-piciclo-hidrazila (DPPH) e teste de desoxirribose. O ECI aumentou a distância total percorrida no teste de interação social e diminuiu o número de cruzamentos, tempo de permanência e entradas na área superior do aquário no teste do tanque novo. Além disso, o ECI diminuiu os níveis de tióis não proteicos (NPSH), aumentou a atividade da enzima glutationa redutase (GR) e os níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no encéfalo de peixes-zebra. Os efeitos comportamentais induzidos pelo ECI não foram bloqueados pelas preparações de curcumina. Apesar disso, a CM apresentou propriedades antioxidantes superiores à CUR nos animais submetidos ao ECI. Posteriormente, avaliamos os efeitos comportamentais e bioquímicos de ambas as preparações de curcumina em um o modelo de estresse agudo por contenção (EAC) em peixes-zebra. O EAC aumentou o tempo de permanência na área central e o número de cruzamentos entre as áreas interna e externa do tanque e diminuiu o tempo de imobilidade dos animais no teste de tanque aberto. Além disso, o EAC induziu dano oxidativo pelo aumento dos níveis de TBARS e diminuição dos níveis de NPSH. Esses efeitos comportamentais e bioquímicos induzidos por EAC não foram bloqueados por nenhuma preparação de curcumina. Finalmente, avaliamos os efeitos comportamentais e bioquímicos de CUR e CM em larvas de peixe-zebra 7 dias pósfertilização (dpf). A CM aumentou a distância total percorrida e o ângulo absoluto de virada no teste de tanque aberto quando comparada ao controle. Embora esses estudos não tenham medido a concentração de curcumina no encéfalo dos peixes-zebra, nossos resultados sugerem que a micronização aumenta a biodisponibilidade da curcumina, potencializando sua atividade antioxidante in vitro e in vivo. Nosso estudo agrega importantes achados que contribuem para o corpo de evidências que apoiam a utilização do processo de micronização como estratégia para aumentar a biodisponibilidade e, potencialmente, os efeitos terapêuticos de compostos ativos. Além disso, evidenciamos que a CM preveniu os efeitos de estresse crônico em marcadores neuroqu