Enriquecimento ambiental e acetilcarnitina reduzem a vulnerabilidade aos efeitos deletérios do estresse em peixes-zebra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marcon, Matheus Felipe
Orientador(a): Piato, Angelo Luis Stapassoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201343
Resumo: O estresse é uma resposta biológica essencial a vida que ocorre com o objetivo de preparar o organismo para superar situações potencialmente ameaçadoras. Quando essa resposta supera a capacidade adaptativa do organismo, pode gerar efeitos deletérios e predispor o indivíduo a doenças, como os transtornos mentais. Os principais transtornos mentais relacionados com o estresse são o transtorno depressivo maior (TDM), transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno bipolar (TB) e transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). Essas psicopatologias tem um impacto relevante na vida dos indivíduos e da sociedade, sendo responsáveis por uma grande parcela das taxas de mortalidade e morbidade. Para o tratamento dessas condições existem abordagens não farmacológicas e farmacológicas, porém, ambas ainda apresentam limitações importantes, como eficácia limitada, latência (dias a semanas) para iniciar seus efeitos terapêuticos, importantes reações adversas (sonolência, disfunção sexual, insônia, arritmias, cefaleia, hipertensão, sedação, ataxia) e possibilidade de dependência, tolerância e síndrome de abstinência. Além disso, muitos pacientes não respondem ao tratamento. Portanto, é necessário a busca por novas estratégias terapêuticas inovadoras para tais condições. O enriquecimento ambiental (EA) e a acetilcarnitina (ALC) aparecem como abordagens terapêuticas promissoras. O EA consiste em fornecer intervenções ambientais para estimular diferentes regiões encefálicas, enquanto ALC é um suplemento nutricional utilizado popularmente para melhora do desempenho físico e mental. Assim, o objetivo dessa tese foi gerar dados relevantes sobre o potencial do EA e da ALC para prevenção e tratamento, respectivamente, dos efeitos deletérios induzidos pelo estresse vislumbrando dois contextos terapêuticos diferentes, não farmacológico (EA) e farmacológico (ALC). Para isso, foi realizada a análise dos efeitos de ambas estratégias sobre parâmetros comportamentais e bioquímicos em peixes-zebra (Danio rerio) submetidos ao modelo de estresse crônico imprevisível (ECI). Os resultados são apresentados em 3 capítulos e mostram que ECI induziu comportamento semelhante à ansiedade, estresse oxidativo no encéfalo e aumentou o nível de cortisol do tronco. O protocolo de exposição ao EA durante 21 e 28 dias atenuou as alterações comportamentais e o aumento do nível de cortisol, e preveniu o estresse oxidativo induzidos pelo ECI. Por outro lado, o tratamento com ALC reverteu as alterações comportamentais e o estresse oxidativo induzidos pelo ECI. Esses resultados suportam a validade preditiva do modelo de ECI em peixes-zebra e fornecem novas evidências sobre o papel neuromodulador de EA e ALC. Além disso, esses dados corroboram com o potencial neuroprotetor de ambas estratégias para o tratamento dos efeitos deletérios induzidos pelo estresse, contribuem para elucidar seus mecanismos de ação e fornecem dados preliminares para estimular o avanço de estudos clínicos.