Efeitos da n-acetilcisteína em modelos de estresse crônico imprevisível e exposição ao etanol em peixes-zebra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mocelin, Ricieri Naue
Orientador(a): Piato, Angelo Luis Stapassoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196701
Resumo: O estresse crônico e o abuso de álcool são fatores que predispõem os indivíduos a desenvolver transtornos mentais, condições que impactam na qualidade de vida do indivíduo e contribuem para a morbidade e a mortalidade global. A farmacoterapêutica disponível para tratar esses pacientes apresenta eficácia limitada e alta incidência de efeitos adversos. O estresse oxidativo, a hiperativação glutamatérgica, a depleção de glutationa e a neuroinflamação fazem parte dos achados observados em estudos pré-clínicos e clínicos nessas condições. A Nacetilcisteína (NAC) é uma molécula promissora para o tratamento de uma variedade de condições psiquiátricas. Esse fármaco atua em diversos alvos relevantes para o tratamento de transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e abuso de álcool. Na presente tese, investigamos os efeitos da NAC nesses contextos utilizando como organismo modelo o peixezebra. No modelo de estresse crônico imprevisível, os animais apresentaram aumento na ansiedade (aumento no tempo na área inferior e diminuição nas entradas e tempo de permanência na área superior do aquário) no teste de tanque novo, lipoperoxidação, aumento nas espécies reativas de oxigênio e redução nos níveis de glutationa e na atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase. A NAC reverteu o comportamento ansiogênico e o dano oxidativo. No modelo de exposição aguda ao etanol os animais apresentaram dano motor (diminuição da distância e número total de cruzamentos entre as diferentes áreas do aquário), comportamento ansiogênico (diminuição nas entradas e tempo de permanência na área superior do aquário), dano lipídico, aumento nas espécies reativas de oxigênio e depleção de glutationa. A NAC preveniu os efeitos comportamentais e bioquímicos induzidos pela exposição aguda ao etanol. Finalmente, avaliamos os efeitos da NAC em animais abstinentes após exposição crônica ao etanol por oito dias. 24 horas após oito dias de exposição intermitente, o comportamento dos peixes foi testado no teste de tanque novo. A abstinência induziu comportamento ansiogênico (aumento no tempo na área inferior e diminuição nas entradas e tempo de permanência na área superior do aquário) e desequilíbrio do status oxidativo, com peroxidação lipídica, diminuição da glutationa e das atividades da superóxido dismutase e catalase. NAC preveniu os danos. Nosso estudo agrega importantes achados que contribuem para o corpo de evidências existentes que apoiam a avaliação e utilização clínica da NAC em transtornos mentais e condições associadas ao abuso de substâncias.