"Errar (biologicamente) é humano" estudo antropológico sobre as práticas de (des) materializações embrionárias através de testes pré-implantacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Freitas, Janaína
Orientador(a): Rohden, Fabiola
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263724
Resumo: Este trabalho busca analisar as práticas de classificação embrionária em regimes de normalidade/anormalidade operadas através de técnicas de seleção de embriões conhecidas atualmente como diagnóstico genético pré-implantacional (PGT-M) e screening pré implantacional (PGT-A). Estes testes, realizados em contextos de reprodução assistida, prometem identificar, a partir do conteúdo cromossômico e genético embrionário, embriões ditos "saudáveis" para a implantação uterina. Com isso em vista, a partir de um trabalho de orientação etnográfica, que envolveu entrevistas qualitativas com médicos/as, embriologistas/as e usuárias dos testes genéticos pré-implantacionais, análise de material midiático e de artigos científicos, mapeei as múltiplas práticas midiáticas, médicas, embriológicas e práticas de (des)materialização embrionária a partir do uso desses testes. A pesquisa teve como orientação teórico-metodológica os debates sobre os processos de produção tecnocientífica no campo dos estudos feministas da ciência e tecnologia, com ênfase nos debates "neomaterialistas" sobre a produção científica. Finalmente, a pesquisa demonstra que, apesar desses testes serem descritos como técnicas que possibilitariam implantar embriões "saudáveis", eles são perpassados por uma série de controvérsias éticas e técnicas, que acabam multiplicando noções de natureza, desenvolvimento e biologia. Dentre essas controvérsias se destacam a alta taxa de embriões "anormais" e "mosaicos" que impõe dilemas aos usos do teste e também possibilidades de (re)pensar noções de natureza para além da dicotomia normal/anormal.