Alteração de permeabilidade encefálica e efeito protetor do resveratrol sobre alterações no perfil de aquaporinas no modelo animal de autismo induzido por exposição pré-natal ao ácido valproico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Deckmann, Iohanna
Orientador(a): Gottfried, Carmem Juracy Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
ASD
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180165
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma desordem do neurodesenvolvimento caracterizada, segundo o DSM-V, por uma díade comportamental: déficits de comunicação e interação social além de comportamentos repetitivos ou estereotipados. Uma observação de extrema importância na clínica é a de maior volume encefálico nos primeiros anos de vida do paciente com TEA, sendo esse aumento revertido ao longo da vida, tendo normalizado já no início da adolescência. Porém, durante o desenvolvimento é frequente uma maior permeabilidade de barreiras neurais. Apesar da etiologia do autismo ser desconhecida, tanto fatores genéticos quanto ambientais já foram associados à desordem, incluindo a utilização de ácido valproico (VPA) durante a gestação. Por isso, nosso grupo tem utilizado um modelo animal de autismo induzido pela exposição pré-natal ao VPA. Por meio desse modelo, demonstramos que o tratamento pré-natal com resveratrol (RSV) foi capaz de prevenir comportamentos do tipo autista na prole do grupo VPA. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a permeabilidade de barreiras encefálicas e a expressão e localização de aquaporina (AQP) 1, 4 e 9 em diferentes regiões do Sistema Nervoso Central (SNC) em modelo animal de autismo induzido por exposição pré-natal ao VPA. A obtenção dos animais passou por um processo inicial de acasalamentos, onde a confirmação da fecundação foi através da identificação de espermatozoides no líquido vaginal na manhã posterior ao pareamento. O modelo animal foi obtido através de uma única injeção intraperitoneal de VPA (600mg/kg) no E12,5 nas fêmeas prenhes. O tratamento com RSV (3,6 mg/Kg) ocorreu dos dias E6,5 ao E18,5 via subcutânea. Para a obtenção do material biológico dos filhotes machos com 30 dias, diferentes procedimentos foram realizados, de acordo com cada técnica, mediante preceitos éticos de experimentação animal para obtenção do tecido a fresco e para fixação com paraformaldeído 4%. No ensaio de permeabilidade de barreira, os animais do grupo VPA apresentaram maior entrada do corante azul de Evans nas regiões do plexo coroide e na área somatossensorial. Na análise da expressão proteica por western blotting, o grupo VPA apresentou diminuição de AQP1 e aumento de AQP4 na área somatossensorial e diminuição da AQP9 na região da amígdala, sendo só o aumento de AQP4 prevenido pelo tratamento com RSV. Com a técnica de imunofluorescência, observou-se diminuição somente na marcação da AQP1 no plexo coroide, juntamente com alteração morfológica dessa estrutura em ambos os grupos que receberam VPA. Esses resultados de maior permeabilidade e de alteração em AQP corroboram com os dados clínicos de edema e de maior volume encefálico descritos na literatura. Os mecanismos envolvendo esse perfil de expressão alterado no contexto do TEA ainda permanecem desconhecidos. Podemos concluir com o presente trabalho que os animais do grupo VPA possuem maior marcação do corante azul de Evans e alteração na expressão proteica de AQP em diferentes regiões do SNC, indicando possíveis alterações na permeabilidade encefálica no modelo animal de autismo.