Depois da perda : afetos, orientações e narrativas queer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Lucas Demingos de
Orientador(a): Schmidt, Rita Terezinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/278703
Resumo: Esta tese examina três afetos que podem decorrer de perdas não reconhecidas, com o objetivo de compreender o que, nesses contextos, eles fazem: a melancolia, a culpa e o ódio. Para isso, recorro a alguns textos literários de modo a refletir com eles sobre as direções que somos orientados quando lamentamos perdas que, de acordo com certos enquadramentos, não são reconhecidas como perdas. E ainda, o que acontece quando essas orientações desalinham, desafiam, perturbam e/ou rompem os limites desses enquadramentos. A Introdução esboça algumas das premissas e noções centrais desta tese, elaborando sobre as relações entre luto, indignação política e estética. O capítulo 2 apresenta as bases teóricas desta tese, refletindo a respeito dos vínculos entre perda, luto, reconhecimento e afeto. O capítulo 3 examina como a melancolia orienta o conto “Além do ponto”, de Caio Fernando Abreu e os romances A palavra que resta, de Stênio Gardel e Aquele que é digno de ser amado, de Abdellah Taïa. O capítulo 4, com o auxilio de poemas de Frank Bidart, segue as direções em que a culpa orienta em contextos de HIV/aids. O capítulo 5 investiga o que o ódio faz em A single man, de Christopher Isherwood. Por fim, essa tese argumenta que afetos que são comumente desprezados, considerados paralisantes, que devem ser abandonados para seguirmos em frente com as nossas vidas, na verdade, orientam em direções inesperadas. Eles são capazes de nos desorientar e com isso, podem abrir vias para uma relação crítica com os termos que determinam o que é inteligível e o que não é, o que pode ser sentido e o que não pode, que perdas podem ser lamentadas e quais não podem, que vidas podem ser vividas e quais não podem. Em outras palavras, esses afetos possuem a potência de, por um lado, perturbar as linhas retas e as molduras que delineiam as formas de vida, desejos, práticas e perdas passíveis de luto. Por outro lado, possibilitam uma abertura para acolher e amparar os corpos, as perdas, os afetos, os lamentos, as celebrações e as orientações que são inapreensíveis e sem forma, promovendo suporte mútuo tanto para se articularem quanto espaços para suas opacidades.