Um útero todo seu: reprodução, biopolítica e o controle do corpo feminino em O Conto da Aia, The children of men e suas adaptações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Alice de Araujo Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21732
Resumo: As narrativas distópicas retratam sociedades futuras onde predomina o autoritarismo, delineando contextos sombrios e decadentes. Segundo Keith Booker, as distopias revelam males sociais através de choques de reconhecimento causados pela sua transposição para outro contexto, possibilitando novas perspectivas sobre conflitos políticos, que poderiam de outro modo ser ignoradas, naturalizadas ou dadas como inevitáveis (1994a). Iremos analisar as distopias pela perspectiva dos estudos de gênero, focando na questão da sujeição do corpo feminino, reprodução e maternidade em contextos de infertilidade generalizada, que resulta em grandes crises demográficas, culturais e políticas. Nossas fontes primárias serão os romances O conto da aia (1985) de Margaret Atwood, The Children of Men (1993) de P.D. James e suas respectivas adaptações, a primeira, como seriado e a segunda, como filme. As quatro obras utilizam o tropo da infertilidade com objetivos e implicações diferentes, permitindo-nos levantar questões acerca da religião, modernidade, sexualidade, gestação e maternidade, a partir de uma leitura calcada nos conceitos de biopolítica e de reprodução social. Pretendemos discutir também como as adaptações lidam com esses assuntos, já que são fruto de circunstâncias históricas diferentes das obras literárias que as inspiraram. Almejamos discutir e analisar as representações que tais obras tecem acerca do controle do corpo da mulher e seu potencial reprodutor através da crítica literária, dialogando com os estudos de gênero, teoria feminista, ciências sócias, filosofia e outros campos do saber