Artes visuais e aids no Brasil : histórias, discursos e invisibilidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alves, Ricardo Henrique Ayres
Orientador(a): Santos, Alexandre Ricardo dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/214418
Resumo: Esta tese investiga a relação entre as Artes Visuais e a aids no Brasil, problematizando como se manifestam os discursos que contribuem para a invisibilidade desse tema. Portanto, tal pesquisa se inscreve na discussão sobre a constituição disciplinar da História da Arte a partir dos preceitos da autonomia, advindos da Estética, assim como debate a condição abjeta da doença, que esteve diretamente relacionada ao sofrimento e à morte, bem como ao comportamento homoerótico. Por meio do atrito entre a autonomia da arte e o desejo de abordar a epidemia, a pesquisa se constitui a partir da análise de exposições, artistas e obras atravessadas pela moléstia através de um estudo comparativo que justapõe dois objetos de estudo: as exposições sobre aids realizadas no país e os textos a respeito de artistas que a abordaram em suas obras e ou que vieram a falecer em decorrência do contágio com o HIV. Assim, o estudo das exposições Aids: consciência e arte (1993 e 1994), curada por Edilson Viriato e Arte contra Aids (1994), parceria entre Viriato e Paulo Gomes, assim como A Cultura em Tempos de Aids (2002) e SIDAIDS (2002-2004), organizadas por Armando Mattos, foi aproximado dos resultados da análise dos textos sobre Leonilson (1957-1993), Rafael França (1957-1991), Hudinilson Jr. (1957-2013), Alex Vallauri (1949-1987), Jorge Guinle (1947- 1987), Raul Cruz (1957-1993), Viriato (1966- ), Cláudio Goulart (1954-2005), Otacílio Camilo (1959-1989) e Cláudia Wonder (1955-2010). A partir da investigação comparada desses dois grupos, foi possível identificar que a invisibilidade da aids nos discursos das artes visuais ocorre tanto pela fragilidade na produção da memória das exposições que abordaram o tema, bem como pelo silêncio sobre os artistas e as obras atravessados pela aids, que frequentemente estão relacionados também à interdição do homoerotismo. Esses dois aspectos estão inseridos em uma visão fragmentária da influência da aids no campo artístico, que geralmente apresenta a questão como uma manifestação isolada e particular, e não como um aspecto que influenciou diretamente a arte e a cultura a partir das últimas décadas do século XX.