Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Bertolossi, Leonardo Carvalho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-06082015-133310/
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Resumo: |
Essa tese é uma etnografia das ideias, práticas, histórias, memórias, teorias nativas, conflitos, desigualdades, imaginações e experiências de artistas, críticos, curadores, galeristas e colecionadores brasileiros ao longo dos anos 80 e 90. Embora o escopo temporal e espacial oscile, ancoramo-nos nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, e na interseção entre o circuito e o mercado primário de arte contemporânea brasileira nestas décadas. O trabalho aborda diversos temas e problemas acessados através do meu campo em galerias, museus, bienais, bibliotecas, arquivos públicos e privados, cursos de história da arte e depoimentos. Dentre os objetos tangenciados, se destacou: o retorno internacional à pintura, a invenção da geração 80 e sua relação com o mercado; as exposições Primitivism in the Twentieth Century no MoMA, em Nova York, em 1984, e Magiciens de la Terre, no Centre Pompidou, na França, em 1989; a redescoberta do corpo, do eu e da narrativa nos anos 90; a arte abjeta e suas principais exposições internacionais; a Bienal de São Paulo Antropofágica de 1998; a internacionalização da arte brasileira na Europa, Estados Unidos e América Latina; a trajetória e as contendas entre diferentes gerações de galeristas no Brasil; a entrada do empresariado e dos bancos na política cultural; e, sobretudo o estatuto da arte brasileira e latino-americana diante da globalização. Desde a Escola Fluminense de Pintura, passando pelo Modernismo, pelo Neoconcretismo, pela Tropicália até o período em destaque neste trabalho, o sistema artístico brasileiro e seus personagens se questionaram sobre uma arte genuinamente brasileira. A antropofagia foi novamente mobilizada como alternativa às hierarquias de poder e imposições euro-americanas, sobretudo na Bienal Antropofágica de 1998. Mas quando todos são canibais, quem canibaliza quem? Oswald de Andrade ou Montaigne? Minha hipótese é a deformação da questão em direção à superação do problema da representação para o da presença, a partir da filosofia deleuziana sobre a experiência barroca. Superar a antropofagia em favor do barroco de modo a imaginar outro conceito de criação que conceba a invenção da diferença através de uma exterioridade em contínua descontinuidade, devires, dobra que se desdobra, antropofagia e regurgitofagia, dentro e fora, figura e fundo, interpretação e contrainterpretação, arte enquadrada e gambiarra. |