Pedagogias do Rap e a narrativa insurgente : uma análise a partir das composições musicais do rapper Djonga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cannavô, Vinícius Barbosa
Orientador(a): Wortmann, Maria Lúcia Castagna
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rap
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219912
Resumo: A presente dissertação discorre sobre o gênero musical rap como um artefato cultural produzido na contemporaneidade, que articula saberes legítimos, rompendo com a estigmatização das expressões das camadas populares e operando um tipo específico de pedagogia, que aqui adjetivamos de Pedagogias do Rap. A pesquisa está vinculada à Linha de Pesquisa dos Estudos Culturais em Educação e ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/UFRGS). Ancorado nas teorizações do campo dos Estudos Culturais em Educação e dos estudos Pós-Estruturalistas, esta pesquisa analisa o acionamento do conceito de pedagogia cultural a partir das representações que circulam nas músicas, que ensinam modos de ser e estar no mundo presente. Pensar a educação para além dos muros da escola se faz necessário, pois há uma série de saberes que estão engendrados em espaços informais de educação e em artefatos culturais, que se configuram como conteúdos pedagógicos e constituem, neste caso, uma narrativa insurgente. O conceito-ferramenta operacionalizado na pesquisa é a representação, que atua na produção de compreensões do que ocorre ao nosso redor, bem como na produção de sujeitos. O material empírico que constitui o escopo analítico da pesquisa são as composições musicais do rapper Djonga, nas quais selecionamos 13 delas, produzidas entre os anos de 2017 e 2020. A partir das análises e reverberações surgiu um eixo analítico intitulado “fogo nos racistas” e quatro direcionamentos argumentativos, que são eles: a) pertencimento e afirmação da identidade; b) afirmação da autoridade e da identidade; c) crítica radical das contradições de uma estrutura social (racista, machista etc.); d) destruição do sistema vigente e das verdades estabelecidas. Em relação a materialidade analisada, o rap se apresenta como um dispositivo pedagógico informal que incide nas mais variadas esferas da sociedade e em seus respectivos atores sociais, moldando, regulando e construindo sujeitos, neste caso, a partir da insurgência. Concluo que as movimentações insurgentes que operam nas letras do rapper Djonga se caracterizam como uma pedagogia no tempo presente, onde corpos se moldam e se movem em direção à transgressão e subversão da norma e do regime vigente a partir da música.