A Pedagogia Hip-Hop e as narrativas da liberdade: o ancestral e o contemporâneo no ensino de História da África, dos povos africanos e afro-brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Júnior, Kleber Galvão de Siqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-24012024-154811/
Resumo: Com base em pesquisas de campo desenvolvidas por meio de docências compartilhadas com professores da rede pública de São Paulo, em turmas do ensino fundamental II, e em reflexões teóricas de autores ligados à Teoria Crítica, o presente trabalho tem por objetivo analisar o potencial da Pedagogia Hip Hop (HILL, 2014) para a promoção de um ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena com viés crítico, culturalmente relevante e emancipatório, à luz das diretrizes apontadas pelas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, promulgadas pelo Presidente Lula. Adorno (1995), na obra Educação e emancipação (1995), defende que é preciso elaborar o passado e agir no presente, ou seja, uma educação emancipatória deve possibilitar que as pessoas compreendam criticamente quais as condições sociais e históricas que levaram a humanidade a cometer barbáries, como o Holocausto, tornando-as aptas para identificar e intervir socialmente frente a manifestações desses atos, de modo que tais acontecimentos não se reproduzam e não se repitam. Davis (2016), por sua vez, contribui para o avanço dessa discussão sobre o conceito de educação emancipatória, ao lançar luz sobre a barbárie vivenciada pelas populações afro-americanas no contexto escravista. As docências compartilhadas tinham como base dois elementos desta linha pedagógica: o uso da literatura Hip Hop e uma forma de atuação que podemos chamar de uma educação voltada para a cura, por meio dos curandeiros feridos. Tal expressão é empregada para se referir aos rappers, cujas histórias presentes em suas letras e narrativas, mas também em suas biografias, puderam promover identificações nas alunas e alunos e possibilitar a elaboração de questões delicadas seja no âmbito psicológico, seja nos âmbitos histórico e social, como são os casos de racismo, discriminação e preconceito, vivenciados pelas populações historicamente prejudicadas. Assim, por um lado, a intenção foi refletir sobre o potencial da pedagogia Hip Hop para a promoção do reconhecimento e da valorização da riqueza da história africana e da contribuição da luta dos negros e dos povos indígenas para a formação da sociedade brasileira. Por outro, analiso como a proposta de Hill foi ressignificada em meio às contradições sócio-histórico brasileiras, buscando construir uma prática pedagógica crítica e emancipatória cujas propostas de ensino e aprendizagem colaborem para que os sujeitos compreendam as condições de formação da sociedade na qual ele está inserido, possibilitando que atue para melhorar as suas condições de vida e de sua comunidade.