Parteiras, buchudas e aperreios : uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Fleischer, Soraya Resende
Orientador(a): Fonseca, Claudia Lee Williams
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10246
Resumo: Essa tese trata da prática de parteiras na cidade de Melgaço, na região marajoara e fluvial do estado do Pará, no contexto globalizado entre 2004 e 2006. Seguindo uma abordagem antropológica, minha proposta foi me aproximar da “visão nativa”, integrando a prática de parteiras dentro da análise do modo de vida “local”. Optei por centrar a discussão na etnografia pormenorizada da vida cotidiana (práticas e conhecimentos) das parteiras, sem, no entanto, cair no erro de monografias anteriores, isto é, sem me limitar a uma “história natural” do grupo, como se fosse “exótico” e “isolado”. A importância que estas mulheres conferem à atenção da saúde gineco-obstétrica envolveu analisar elementos tão diversos quanto a massagem abdominal empregada (conhecida localmente como puxação), as relações conjugais e de parentesco, a interação com o sistema de saúde institucional e os cursos de treinamento organizados por ONGs. A originalidade dessa pesquisa é pretender suplantar as dicotomias usuais (tradição/modernidade, biológico/cultural etc.), além da preocupação funcionalista (como modificar as práticas locais), para ressaltar a dimensão social (redes familiares etc.) e simbólica (saberes locais, hierarquias de prestígio) que englobam os elementos que vêm “de fora”, conferindo um sentido à prática atual das parteiras.