Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Sandra Cavalcante |
Orientador(a): |
Scopel, Raquel Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31240
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Resumo: |
Nesse trabalho buscamos refletir sobre os modelos de atenção à saúde e as pluralidades dessas formas de atenção, no contexto do parto e nascimento, com ênfase nas Parteiras Tradicionais. As transformações ocorridas nesse cenário, onde o parto deixou de ser um evento eminentemente doméstico assistido por mulheres passando a ser um evento hospitalar com crescente medicalização e intervenção biomédica nos levou a refletir que as práticas de atenção no sistema de saúde brasileiro, pelo menos oficialmente, estão mais fortemente centradas nas tradições da biomedicina, onde prevalece à supremacia do saber acadêmico em detrimento da valorização das variadas formas de atenção à saúde, mesmo aquelas que vêm se colocando como uma possibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS), como por exemplo, as discussões sobre o parto domiciliar e as parteiras que emergem com mais força no cenário brasileiro a partir da década de 1970. No ano 2000 o Governo Federal implantou o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais direcionado à atuação de mulheres que atuam na assistência ao parto domiciliar, com o objetivo de ampliar a atenção primária em saúde.No contexto da Rede Cegonha, o Amazonas absorveu as diretrizes do Ministério da Saúde/MS, trazendo as parteiras como estratégia significativa e importante na conjuntura do parto e nascimento. Neste trabalho refletimos sobre o papel social das parteiras que atuam na comunidade rural de Lindóia, Município de Itacoatiara, Amazonas, onde os serviços de atenção primária são ofertados pela Unidade Básica de Saúde da Família Francisco Ferreira Athayde (UBS F), na qual há uma sala de parto onde atua uma auxiliar de enfermagem que se identifica como parteira, cuja atuação é legitimada por outras parteiras que moram na comunidade que, por vezes, colaboram assistindo partos no interior da UBS F. A partir de entrevistas semiestruturadas foi construído o perfil das parteiras que atuam na comunidade, uma descrição de como elas desenvolvem o seu trabalho, e suas práticas de atenção. Conclui-se que o papel social das parteiras transcende a atuação técnica na gestação e no parto e abrange também um protagonismo político junto às demandas por melhorias na qualidade de vida da comunidade. Observamos que as parteiras de Lindóia encontram-se de forma subalterna no âmbito da UBSF. As parteiras, embora reconhecidas como fundamentais na vida da comunidade, aparecem deslocadas de seu conhecido lugar de poder e prestígio e mesmo com a implementação de Políticas Públicas que buscam seu reconhecimento, pouco se avançou no sentido da real legitimidade das suas práticas, que continuam sendo ocultadas na rede do SUS. |