Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Bárbara Tietbohl Martins Quadros dos |
Orientador(a): |
Passos, Ives Cavalcante |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/282766
|
Resumo: |
O transtorno depressivo maior (TDM) é um problema que envolve toda a população mundial devido à sua ampla prevalência e morbidade. Experiências adversas precoces (EAP) representam fatores de risco consistente para o desenvolvimento de depressão. Exemplos dessas experiências incluem pobreza na infância, doença mental dos pais, maus-tratos infantis e exposição à violência, a abuso de substâncias e/ou criminalidade. No entanto, nem todos as pessoas expostas a fatores de risco desenvolverão TDM, e isso provavelmente se deve a características pessoais e fatores de proteção que afetam positivamente o desenvolvimento desses indivíduos. Isso enfatiza que influências específicas podem compensar trajetórias atípicas, estabelecendo trajetórias alternativas, mas igualmente funcionais. Fatores de proteção frequentemente discutidos na literatura incluem atributos individuais e várias categorias de relacionamentos que promovem suporte como família, vizinhança e escola. Este projeto tem como objetivo avaliar como os fatores de proteção impactam indivíduos em risco de depressão por meio da análise de estudos de coorte. Ao elucidar quais fatores de proteção desempenham um papel importante nas trajetórias de desenvolvimento, podemos focar em intervenções personalizadas para essa população. Consequentemente, iniciamos uma revisão sistemática para explorar os fatores de proteção que influenciam o desenvolvimento do TDM em indivíduos em risco. Esta pesquisa buscou realizar uma revisão das evidências atuais, concentrando-se em uma abordagem preventiva e examinando exclusivamente artigos de coorte. Nossa análise envolveu 29 estudos com 62.405 participantes, identificando 38 fatores de proteção. Traços de personalidade positivos, religiosidade e fatores relacionados à família, ao relacionamentos com pares, à escola e à vizinhança foram associados à redução dos desfechos depressivos. Subsequentemente, nosso segundo estudo procurou aplicar os insights obtidos no nosso primeiro artigo a um subgrupo de uma coorte de jovens adultos, com o objetivo de testar a eficácia dos achados iniciais. Na primeira fase, os participantes tinham entre 18 e 24 anos, e na terceira fase, 31,94 anos (DP = 2,18). No grupo de alto risco, a incidência de TDM foi de 13,7% (n=24). O suporte paterno teve um efeito protetor sobre a incidência de TDM (OR = 0,366; IC 95% [0,137 a 0,955], p = 0,040) e sobre o risco de tentativa de suicídio (OR = 0,380; IC 95% [0,150 a 0,956], p = 0,038). Pontuações mais altas de resiliência também foram protetoras (OR = 0,975; IC 95% [0,953 a 0,997], p = 0,030), correlacionando-se com reduções nas pontuações em escalas de depressão como o BDI (r = 0,0484; B = -0,2202; IC 95% [-0,3572 a -0,0738]; p = 0,003) e o MADRS (r = 0,0485; B = -0,2204; IC 95% [-0,3574 a -0,0741]; p = 0,003). Em resumo, esta tese faz uma contribuição crucial ao ilustrar de maneira abrangente os fatores-chave para a prevenção de sintomas depressivos em indivíduos em risco por meio de estudos longitudinais. Os insights obtidos oferecem novas direções para intervenções eficazes voltadas a auxiliar essa população. É fundamental focar no ambiente familiar, especialmente no papel paterno, e ampliar a acessibilidade dos tratamentos de saúde mental para os pais e mães de crianças em risco. |