Como as plataformas se apropriam de práticas jornalísticas de checagem : um olhar para a comunidade de notas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Pozzebon, Martina
Orientador(a): Recuero, Raquel da Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/289914
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo analisar como as plataformas digitais se apropriam de práticas jornalísticas de checagem, com foco na Comunidade de Notas do Twitter/X. O interesse do presente trabalho surge da crescente influência das plataformas na circulação de informações e na regulação da desinformação, o que levanta questionamentos sobre a eficácia e confiabilidade dos métodos adotados. Dessa forma, o referencial teórico desta pesquisa aborda a checagem de fatos em ambiência de plataforma, além dos conceitos de plataformização e desinformação. Para conduzir a análise, foi utilizada a metodologia de Análise de Conteúdo Categorial, com abordagem quantitativa e qualitativa. Foram coletadas e comparadas 18 notas da Comunidade de Notas adicionadas a postagens políticas no Twitter/X em 2023, além de 18 checagens realizadas pelas agências jornalísticas Aos Fatos e Lupa sobre os mesmos conteúdos. Os resultados indicaram que, embora a Comunidade de Notas apresente vantagens em alcance e rapidez na checagem, sua metodologia é instável e dependente da validação coletiva, o que pode comprometer sua confiabilidade. Em contrapartida, as agências jornalísticas seguem padrões rigorosos de transparência e verificação, mas enfrentam desafios na disseminação de suas checagens e adaptação de conteúdos para a plataforma. O estudo conclui que a apropriação das práticas jornalísticas pelas plataformas ocorre de maneira divergente dos valores tradicionais do jornalismo e dos próprios valores ditados pela plataforma, evidenciando uma tensão entre a participação colaborativa dos usuários e o rigor metodológico da checagem de fatos.