Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Souza, Barbara de Jesus |
Orientador(a): |
Castelfranchi, Juri |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48623
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Resumo: |
Com a popularização das redes sociais, boatos e mentiras passaram a circular numa velocidade inédita e a atingir uma quantidade cada vez maior de pessoas. A onda de notícias falsas já alterou a dinâmica de eleições e influenciou decisões geopolíticas importantes, o que tem agravado a crise de confiança das instituições no contexto da chamada pós-verdade. Com seu trabalho diretamente afetado pela desordem informacional contemporânea, cientistas e jornalistas passaram a buscar caminhos para combater o problema. Nesse cenário, o fact-checking se tornou uma das principais ferramentas. Este trabalho analisou o serviço de checagem do Grupo Globo, o "Fato ou Fake", lançado em julho de 2018. Foram analisadas 78 reportagens com temática de saúde realizadas pelo projeto. Esse total se divide em duas partes: na primeira estão as matérias que tratam de medicamentos, doenças, alimentação e serviços de saúde em geral. Já a segunda é composta por reportagens resultantes de checagens de conteúdo falso relacionado especificamente à pandemia de Covid-19. A coleta das matérias foi realizada entre 31 de julho de 2018 e 10 de julho de 2020. A análise foi feita em duas etapas, com estratégias complementares. Na primeira fase, realizamos uma análise de conteúdo a partir da criação de categorias próprias emergidas dos textos. Nesta etapa, identificamos e caracterizamos as fontes selecionadas pelos jornalistas autores das checagens, as temáticas predominantes nas matérias e no conteúdo original alvo da checagem, as emoções mobilizadas pela desinformação e as principais estratégias de refutação usadas pelos checadores. Entre os resultados, observamos que a maioria dos entrevistados é formada por homens ligados a instituições da região Sudeste do país. Além disso, o uso da autoridade cultural e epistêmica da ciência é a principal estratégia dos jornalistas do "Fato ou Fake". Identificamos, ainda, em relação às temáticas predominantes na parte do corpus ligada à pandemia, uma grande frequência de assuntos políticos. Na segunda etapa da pesquisa, aprofundamos a análise do material com um viés discursivo com inspiração em conceitos da Teoria Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau. Observamos características do contrato de comunicação do nosso objeto de estudo, bem como do modo de organização argumentativo do discurso e dos níveis de engajamento do discurso midiático produzido pelos checadores. Por fim, fazemos algumas provocações quanto ao potencial do discurso do fact checking enquanto concorrente do discurso das diversas formas de desinformação que circulam no atual contexto da pós-verdade. |