Efeito da taurina sobre o consumo voluntário de álcool e comportamentos de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pulcinelli, Rianne Remus
Orientador(a): Gomez, Rosane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/185057
Resumo: Álcool é substância lícita de abuso, promovendo dependência pela modulação de sistemas neurotransmissores, como GABAérgico e dopaminérgico. Taurina, um aminoácido utilizado como suplemento alimentar e constituinte de bebidas energéticas, exerce efeito modulatório positivo sobre receptores GABAA. Estudos em animais sugerem efeito terapêutico da taurina na síndrome de abstinência. No entanto, não se sabe o efeito da taurina sobre o comportamento de animais durante o uso de álcool. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento com taurina sobre o consumo voluntário de álcool e comportamentos de ratos. Foram oferecidas duas garrafas para ratos Wistar machos adultos, uma contendo álcool 20% em solução de sacarina 0,08% e a outra contendo apenas solução de sacarina 0,08% por 6 semanas. Ao grupo controle foram oferecidas duas garrafas contendo sacarina 0,08%. O consumo diário de líquidos dos dois grupos foi monitorado. No 22º dia eles foram divididos em 4 grupos (n=12/grupo) para receber taurina 100 mg/kg (grupos Álcool/TAU e Controle/TAU), via intraperitoneal, uma vez ao dia, por 19 dias, ou solução salina 0,9% (grupos Álcool/SAL e Controle/SAL). Nos dias 22 e 33, os ratos foram expostos ao teste de campo aberto e, no dia 34, ao teste de claro/escuro. Nossos resultados mostraram que o tratamento com taurina aumentou em mais de 10% a preferência por álcool em relação aos animais não tratados. O consumo de álcool médio no grupo Álcool/SAL foi 12 g/kg/dia, enquanto que no grupo Álcool/TAU foi 20 g/kg/dia, sendo que taurina aumentou significativamente o consumo a partir o sexto dia de tratamento. No campo aberto, dose aguda de taurina reduziu a ambulação total de animais controle, além de aumentar os cruzamentos centrais do grupo álcool. Taurina aguda e crônica aumentou a latência de auto-limpeza (grooming) e apenas o tratamento crônico reduziu 8 a frequência de grooming independentemente dos grupos. No teste de claro/escuro, taurina aumentou o tempo de permanência no compartimento claro, o número de transições entre os compartimentos e a latência para entrar no compartimento escuro apenas no grupo álcool, indicando efeito tipo-ansiolítico. Conclui-se que o tratamento crônico com taurina aumenta o consumo voluntário e preferência por álcool em ratos, possivelmente por efeito sinérgico com o álcool que facilita a ativação da via de recompensa dopaminérgica. O efeito tipo-ansiolítico da taurina no grupo álcool também pode ser justificado por efeito aditivo sobre receptores GABAA. Demonstramos que a taurina não apresenta efeito antiaditivo e, talvez, como o acamprosato, possa ser efetiva no controle da recaída, somente após abstinência.