Efeito da taurina sobre o consumo episódico de altas doses de álcool em ratos machos adolescentes

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Zilli, Gabriela Adriany Lisboa
• Orientador(a): Gomez, Rosane
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Taurina; Consumo excessivo de bebidas alcoólicas; Ratos Wistar; Comportamento animal
• Palavras-chave em Inglês: Adolescents; Alcohol; Intermittent consumption; Taurine
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276978

Consumo episódico de elevadas doses de álcool em curto espaço de tempo (binge drinking - BD) entre adolescentes é nocivo ao desenvolvimento do encéfalo em formação e pode ser determinante para o estabelecimento de dependência na idade adulta. A taurina é aminoácido semiessencial com efeito modulador positivo sobre o sistema GABAérgico e negativo sobre o sistema glutamatérgico, ambos com importante papel no ciclo da adição. Em roedores, o uso crônico da taurina aumenta o consumo voluntário de álcool. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes regimes de administração da taurina sobre o consumo de álcool em ratos submetidos ao modelo de BD, bem como alterações comportamentais. Foram utilizados ratos Wistar, machos, com 35 dias de idade (PN35), expostos a 4 ciclos de BD (PN35-PN59), com livre acesso à solução alcoólica (20% p/v), por 2h, 3 dias consecutivos, seguidos de 4 dias sem acesso ao álcool. Previamente os animais foram divididos em grupos para administração intraperitoneal diária de: salina (grupo SAL); taurina, 100 mg/kg, (grupo TAU), taurina durante os dias de BD e salina nos intervalos (grupo TAU/SAL) e salina nos dias do BD e taurina nos intervalos (grupo SAL/TAU). Durante os ciclos avaliou-se consumo voluntário de álcool de acordo com o regime de administração de taurina. Ao final do 3o ciclo os animais foram avaliados no teste do claro-escuro e ao final do 4o ciclo foram expostos ao campo aberto. Com base nos resultados encontrados, observou-se que o tratamento com taurina crônica não altera o consumo em ratos adolescentes expostos ao modelo de BD voluntário, enquanto a administração intermitente aumentou o consumo principalmente após a segunda semana, tanto nos animais que receberam taurina nos dias de BD quanto nos que receberam taurina nos intervalos das sessões de BD. Alterações comportamentais significativas não foram observadas, exceto pela diminuição no tempo gasto nos rearings observada no grupo SAL/TAU. Conclui-se que, no modelo de binge drinking voluntário, o consumo de álcool não é afetado pelo tratamento crônico com taurina, já a admnistração em regime intermitente promove um aumento. Não observamos alterações comportamentais significativas provavelmente relacionadas a resiliência dos adolescentes quando comparados aos adultos. Fazem-se necessários novos estudos deste modelo avaliando diferentes compostos e até mesmo de maneira aprofundada sobre a taurina.