Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Dargél, Aroldo Ayub |
Orientador(a): |
Kapczinski, Flávio Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/148095
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Resumo: |
Evidências sugerem o envolvimento de um estado de inflamação crônica de baixo grau na fisiopatologia do transtorno bipolar (TB). Os estudos apresentados nesta tese tiveram como objetivo explorar o papel da inflamação crônica nos mecanismos fisiopatológicos do TB através da avaliação dos níveis séricos de proteína C-reativa (PCR). A PCR é um marcador de inflamação sistêmica comumente utilizado na prática clínica, sendo considerado fator de risco para várias patologias, incluindo câncer e doença cardiovascular. O primeiro artigo, através de um estudo de meta-análise, teve como objetivo avaliar o tamanho de efeito da associação entre níveis de PCR em pacientes bipolares nas diferentes fases de humor (n=730) comparado a indivíduos controles (n=888). Pacientes bipolares apresentaram níveis de PCR significativamente elevados em comparação ao grupo controle, com moderado tamanho de efeito (effect size, ES = 0.39; 95% IC, 0.24 – 0.55; P < 0.0001). Níveis de PCR foram significativamente maiores em pacientes maníacos (ES = 0.73; 95% IC, 0.44 – 1.02; P < 0.001) e em eutímicos (ES = 0.26; 95% IC, 0.01 – 0.51; P = 0.04). O segundo artigo se propôs a revisar dados da literatura relacionados a biomarcadores periféricos potencialmente implicados na progressão do TB. Pacientes em diferentes estágios do TB apresentaram níveis alterados de marcadores de estresse oxidativo, neurotrofinas e de inflamação, incluindo a PCR, o que reforça a hipótese da inflamação crônica exercer um papel importante na fisiopatologia do TB. Em seguida, considerando a abordagem multidimensional no TB, o terceiro artigo avaliou a reatividade emocional como uma dimensão relevante para caracterizar pacientes bipolares apresentando sintomas subclínicos de humor durante a fase de remissão (N=613). Apesar de todos pacientes estarem em remissão, a maioria deles (68%) apresentou reatividade emocional anormal (hipo ou hiper-reatividade emocional). Esse estudo avaliou, também, o funcionamento psicossocial nesses pacientes e os níveis de PCR ultra-sensível como um possível marcador objetivo de hiper-reatividade emocional no TB. Os pacientes com hiper-reatividade emocional, em comparação aos pacientes com hipo- ou normal reatividade emocional, apresentaram prejuízo cognitivo e níveis de PCR significativamente mais elevados (P < 0.001). Esses resultados provêm de um estudo transversal e, portanto, conclusões sobre causalidade dessas associações não podem ser inferidas, já que outros fatores, além dos níveis de PCR, podem também contribuir para o estado inflamatório crônico observado nesses pacientes. Em suma, os resultados desta tese sugerem que a inflamação crônica de baixo grau, evidenciada pelas alterações nos níveis de PCR, parece estar implicada na fisiopatologia e na progressão do TB. Novas intervenções terapêuticas com alvo em mecanismos inflamatórios e na modulação dos níveis de PCR devem ser priorizados em estudos futuros. |