Estudo de neuroimagem e funcionalidade na progressão do transtorno bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sartori, Juliana Mastella
Orientador(a): Gama, Clarissa Severino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189100
Resumo: O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica grave e crônica que pode apresentar um padrão de progressão ao longo do tempo, com prejuízos neurobiológico, cognitivo e funcional associados (13,15–19). Essas observações motivaram a elaboração de modelos de estadiamento clínico articulados com o conceito de neuroprogressão. Contudo, há divergências acerca do entendimento da trajetória progressiva do transtorno bipolar, por existirem evidências de as disfunções podem estar presentes desde o início do curso do transtorno (9,11,22,23). Nesse sentido, este trabalho buscou compreender os mecanismos associados à progressão do transtorno bipolar, através do estudo de ressonância magnética estrutural e da funcionalidade dos pacientes bipolares, a fim de demonstrar o papel relevante dessas variáveis como marcadores de estadiamento clínico. O primeiro artigo demonstrou, através de um algoritmo de machine learning, que alterações cerebrais volumétricas em regiões de córtex pré-frontal esquerdo, em volume de substância branca em hemisfério direito e em ventrículo lateral direito foram capazes de predizer a funcionalidade em pacientes bipolares, mas não em controles saudáveis Os resultados mais consistentes foram para giro frontal médio rostral esquerdo e giro frontal superior esquerdo. O segundo artigo avaliou pacientes bipolares em estágio precoce e controles saudáveis em um seguimento de, pelo menos, um ano. Os resultados demonstraram progressão da redução volumétrica em giro frontal médio rostral esquerdo nos pacientes, mas não nos controles, e não foram encontradas alteração nas outras regiões cerebrais estudadas em ambos os grupos. Foi encontrada associação entre a diferença de volume entre baseline e follow-up no giro frontal médio rostral esquerdo e história de sintomas psicóticos no primeiro episódio e mania como primeiro episódio de humor, mas não houve associação com funcionalidade ou estadiamento. Os resultados apresentados dão sustentação à hipótese de neuroprogressão, em virtude de confirmarem a trajetória progressiva do transtorno bipolar e fornecem dados clínicos relevantes para os modelos de estadiamento.