Avaliação da microbiota intestinal de modelo animal de mucopolissacaridose tipo I

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Hoeveler, Mônica
Orientador(a): Matte, Ursula da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212064
Resumo: A mucopolissacaridose tipo I (MPS I) é um erro inato do metabolismo causado pela deficiência de ɑ-L-iduronidase (IDUA), que leva ao acúmulo de dermatan e heparan sulfato. A microbiota intestinal é a comunidade de microrganismos simbióticos que habitam o trato digestivo. Em condições patológicas, a composição da microbiota pode ser perturbada, um fenômeno chamado disbiose. A disbiose é prejudicial para o hospedeiro e está relacionada à patologia cerebral. Este trabalho tem como objetivo investigar a composição da microbiota no modelo animal da MPS I. Camundongos C57BL/6 Idua-/- (n=6) foram comparados aos seus irmãos não afetados (n=6). As amostras fecais foram coletadas aos 60 e 120 dias de vida e a região V4 do rRNA 16S foi sequenciado por sequenciamento de nova geração. Córtex e cerebelo foram coletados aos 120 dias e corados por imunohistoquímica com anti-GFAP. As áreas coradas foram analisadas com o software ImageJ. Os dados de sequenciamento foram analisados no ambiente R usando um pipeline desenvolvido pelo nosso grupo. Os dois filos mais prevalentes foram Firmicutes e Bacteroidetes. Embora pareça que os camundongos MPS I tenham mais Firmicutes do que Bacteroidetes, essa diferença não foi significativa. Em nível de ordem, a única diferença ocorreu com RF-39, que compreende cerca de 11% da diversidade, sendo mais prevalente em camundongos MPS I aos 120 dias (p = 0,04). Não houve diferença no índice de diversidade Shannon, embora o índice de diversidade de Simpson tenha mostrado tendência à diferença entre os grupos de camundongons MPS I e controles aos 120 dias (p = 0,07). A coloração com anti-GFAP não mostrou diferença em nenhum momento, embora para o córtex aos 120 dias houve uma tendência a maior coloração nos animais com MPS I (p = 0,08). Esses resultados não corroboraram a hipótese inicial de que a MPS I teria um efeito prejudicial sobre a microbiota. Os dados obtidos neste trabalho permitem apenas sugerir que o ambiente intestinal na MPS I é diferenciado, favorecendo um equilíbrio relativo diferente entre as espécies. Entretanto, estudos com animais mais velhos, e portanto mais afetados, devem ser conduzidos para confirmar estes achados.