Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Zang, Janaína |
Orientador(a): |
Fraga, Luciano Sturmer de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/236374
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Resumo: |
A hipóxia-isquemia (HI) é uma das principais causas de óbitos e sequelas neurológicas em recém-nascidos. Além disso, em modelos animais de HI, foram observadas diferenças entre machos e fêmeas em relação à gravidade da lesão cerebral. O único tratamento recomendado para a HI neonatal é a hipotermia terapêutica (HT), que consiste na redução da temperatura corporal para 33,5ºC-34,5ºC por 72 horas. Como a HT apresenta algumas limitações, um melhor entendimento de seus efeitos específicos em machos e fêmeas é importante para o aprimoramento de sua aplicação clínica. O presente estudo avaliou o efeito do tratamento com HT a curto prazo sobre a lesão cerebral e os desfechos comportamentais em ratos neonatos machos e fêmeas submetidos ao modelo de HI neonatal. Ratos Wistar machos e fêmeas com sete dias de idade (P7) foram distribuídos em três grupos experimentais: SHAM (animais submetidos à cirurgia fictícia), HI (animais submetidos ao procedimento HI) e HT (animais submetidos ao procedimento de HI e tratados com HT). Para a HI, os filhotes foram submetidos à cirurgia de oclusão unilateral da artéria carótida comum direita e expostos a uma atmosfera hipóxica (8% de oxigênio) por 75 minutos. Após um período de recuperação, os animais do grupo HT foram submetidos à HT (temperatura corporal reduzida para 32ºC) por 5 horas. Em P8, as respostas reflexas dos animais foram avaliadas usando os testes de reflexo de endireitamento, geotaxia negativa e aversão à borda. O teste de discriminação olfatória também foi realizado. Os animais foram eutanasiados em P9 e foram coletados os encéfalos, para as análises de volume de lesão, contagem de neurônios pela técnica de Nissl e avaliação da degeneração neuronal pela técnica de Fluoro-Jade B. Os dados paramétricos foram analisados por ANOVA de uma via seguida do post hoc de Tukey para comparações múltiplas; os dados não-paramétricos foram avaliados por Kruskall-Wallis seguido do teste Dunn. A significância aceita foi de p<0,05. De forma geral, nos testes comportamentais não foram observadas diferenças significativas desencadeadas pela HI ou HT, apenas no reflexo de endireitamento, no qual as fêmeas do grupo HI apresentaram menor latência. Nas análises do volume de lesão encefálica indireta, a HT reduziu o % de lesão produzida pela HI nos machos. Nas contagens do número de neurônios, os animais do grupo HI tiveram uma redução no número total de neurônios, quando comparados ao grupo SHAM tanto em machos quanto em fêmeas, nas regiões de CA1 e giro denteado (GD) do hipocampo; entretanto, nos machos e nas fêmeas na região de CA1 a HT preveniu parcialmente a morte neuronal. Na contagem de células Fluoro-Jade+, na região de CA1, os animais do grupo HI tiveram mais células em degeneração, o que foi revertido pela HT nas fêmeas. No GD, os animais machos do grupo HI apresentaram uma maior quantidade de células Fluoro-Jade+, o que foi revertido pela HT. A partir desse trabalho foi possível concluir que o modelo utilizado de HI causou lesão encefálica nos animais submetidos à hipóxia-isquemia neonatal e que a HT atenuou a lesão encefálica. Embora a HT não tenha mostrado um impacto significativo nas análises comportamentais, fica claro que o tratamento é benéfico em nível celular/tecidual. Os resultados também deixam clara a importância da avaliação separada de machos e fêmeas com o intuito de traçar estratégias de tratamento específicas para cada um dos sexos. |