Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Tassinari, Isadora D'Ávila |
Orientador(a): |
Fraga, Luciano Sturmer de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/206874
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Resumo: |
A encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal (EHI) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em recém-nascidos. Atualmente, a hipotermia é a única terapia utilizada para o tratamento da EHI. Entretanto, a hipotermia possui algumas limitações, não sendo eficaz em todos os casos de EHI. Assim, outros possíveis agentes neuroprotetores têm sido testados em modelos animais. O presente trabalho avaliou a utilização de lactato em um modelo animal de hipóxia-isquemia neonatal (HI), que mimetiza em ratos neonatos os danos observados em recém-nascidos humanos. O lactato é um potencial substrato energético do sistema nervoso central (SNC), além de ter demonstrado ação neuroprotetora em modelos de isquemia cerebral em animais adultos. Para a padronização inicial dos experimentos, as concentrações endógenas de lactato foram avaliadas em diferentes momentos após a HI e também após uma injeção intraperitoneal de lactato exógeno. Para investigar o possível papel neuroprotetor do lactato sobre a lesão encefálica e parâmetros comportamentais, ratos Wistar machos e fêmeas com 7 dias de vida foram submetidos à oclusão permanente da artéria carótida comum direita (isquemia) combinada com a exposição a uma atmosfera hipóxica (8% de oxigênio) por 60 minutos (hipóxia). Os animais foram divididos em 4 grupos experimentais: grupo HI (animais submetidos ao procedimento de HI neonatal); grupo HI+LAC (animais submetidos ao procedimento de HI neonatal e que receberam injeções de lactato após a HI); grupo SHAM (animais submetidos a uma cirurgia fictícia e mantidos em normoxia); grupo SHAM+LAC (animais submetidos a uma cirurgia fictícia, mantidos em normoxia e que receberam injeções de lactato). O lactato foi administrado 30 minutos e 2h após a hipóxia (na dose de 2 g/kg) no grupo HI+LAC e nos mesmos momentos no grupo SHAM+LAC. Os grupos HI e SHAM receberam apenas a injeção de veículo (tampão fosfato-salino, PBS). O volume de lesão encefálica foi calculado a partir de fatias coronais dos encéfalos de animais (em P9) coradas com 2,3,5-cloreto de trifeniltetrazólio (TTC), que marca as regiões de células vivas. Os animas foram submetidos aos testes comportamentais de geotaxia negativa e reflexo de endireitamento (em P8 e P14); teste olfatório (em P14); e teste do cilindro (em P20). As concentrações endógenas de lactato retornam aos valores controle 30 minutos após a HI. O lactato exógeno administrado atinge um pico aos 5 minutos (concentração cerca de 4 vezes maior do que a basal) e retorna aos valores basais aos 90 minutos após a injeção. Nos animais submetidos à HI, a administração de lactato reduziu o volume de lesão em P9 e melhorou alguns parâmetros comportamentais em P8 (geotaxia negativa) e em P20 (teste do cilindro), tanto em machos quanto em fêmeas. Assim, parece que o lactato exerce um efeito neuroprotetor de curto prazo, reduzindo a lesão encefálica 48h após a HI (P9), o que parece ter sido importante para a melhora dos desfechos comportamentais observada. Estudos adicionais são necessários para permitir a compreensão dos mecanismos de ação do lactato e sua utilização no tratamento de recém-nascidos que passaram por eventos hipóxicos-isquêmicos encefálicos. |