Efeito da hipotermia terapêutica sobre parâmetros do desenvolvimento e comportamentais e a imunidade periférica em ratos submetidos ao modelo de hipóxia-isquemia encefálica neonatal

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Nunes, Ricardo Ribeiro
• Orientador(a): Fraga, Luciano Sturmer de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Hipóxia-isquemia encefálica; Hipotermia induzida; Lesões encefálicas; Neuroproteção; Caracteres sexuais
• Palavras-chave em Inglês: Neonatal hypoxia-ischemia; Therapeutic hypothermia; Sexual dimorphism; Development; Behavior; Peripheral immunity
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221721

A hipóxia-isquemia (HI) neonatal é um problema de saúde mundial, responsável por muitas das mortes e deficiências neuropsicológicas em recém-nascidos. O único tratamento existente atualmente é a hipotermia terapêutica (HT), que apesar dos resultados positivos, ainda possui limitações quanto ao seu uso. O entendimento de efeitos específicos da HT é importante para o aprimoramento do seu uso e para a busca de terapias complementares. Neste estudo, foi avaliado o efeito do tratamento com HT em parâmetros do desenvolvimento, desfechos comportamentais e imunidade periférica em ratos neonatos machos e fêmeas após a HI. No 7º dia pós-natal (P7), realizou-se a oclusão da carótida comum direita seguida de exposição a uma atmosfera hipóxica (8% oxigênio). Nos animais do grupo SHAM, realizou-se uma cirurgia fictícia e estes foram mantidos em normóxia. Posteriormente, realizou-se a HT pela redução da temperatura corporal para 32°C por 5 h no grupo HT. Animais dos grupos HI e SHAM foram mantidos em normotermia (37°C). Realizaram-se os testes comportamentais de geotaxia negativa, aversão à borda, reflexo de endireitamento e discriminação olfatória de P8 a P14; e o teste do cilindro e escore de severidade neurológica modificado (mNSS) em P20. Também foram avaliados marcadores do desenvolvimento como o peso corporal, o dia de abertura dos olhos e o índice anogenital (IAG). Os animais foram eutanasiados em P9 ou P21, para pesagem dos hemisférios cerebrais, fígado, baço, timo e tecido adiposo marrom. Também foi coletado sangue para realização de contagem de leucócitos em esfregaços sanguíneos. Em machos e fêmeas, observou-se uma redução do peso do hemisfério ipsilateral à lesão nos grupos HI e HT, mais pronunciada em P21. Em P9, observou-se a presença de edema cerebral. Em relação aos marcadores do desenvolvimento, observou-se menor ganho de peso nos grupos HI e HT e atraso na abertura do olho ipsilateral à lesão. O comportamento foi pouco afetado pela HI e HT, mostrando alterações pontuais nas idades de P12 e P14. O teste de discriminação olfatória foi o mais afetado, havendo um maior prejuízo quando estímulos olfatórios da caixa-moradia estavam posicionados ipsilateralmente à lesão, nos machos. Nas fêmeas, houve uma diminuição do peso do baço no grupo HI. Nos machos, observou-se uma diminuição na quantidade de leucócitos circulantes no grupo HI, sendo parcialmente recuperada no grupo HT, enquanto nas fêmeas houve o aumento no grupo HI e recuperação no grupo HT. A HT parece ter sido neuroprotetora, apesar de não ter prevenido a perda de peso encefálica. A HT não preveniu os prejuízos nos parâmetros do desenvolvimento, mas tendeu a normalizar a imunidade periférica e prevenir os prejuízos comportamentais.