Efeitos da administração de progesterona e da hipotermia terapêutica sobre a lesão neural, a reatividade astrocitária e o comportamento em ratos Wistar submetidos à hipóxia-isquemia neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fabres, Rafael Bandeira
Orientador(a): Netto, Carlos Alexandre
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217799
Resumo: A hipóxia-isquemia (HI) neonatal moderada a grave afeta 1–3 a cada 1.000 nascidos a termo e continua sendo uma causa significativa de deficiência do neurodesenvolvimento de longo prazo. A morbidade neurológica nos sobreviventes envolve dificuldades de aprendizado, epilepsia e paralisia cerebral. O uso de hipotermia é a única terapia utilizada na clínica, no entanto, o tratamento deve ser iniciado dentro de uma janela terapêutica de 6h após o evento hipóxico-isquêmico. Os efeitos neuroprotetores da hipotermia terapêutica experimental iniciada em momentos distintos após a HI, bem como a provável influência do dimorfismo sexual sobre tais efeitos ainda não foram elucidados. A eficácia de potenciais agentes neuroprotetores tem sido testada em modelos animais. Há razão para se pensar que a progesterona tem um forte potencial para o tratamento da HI neonatal, já que a sua utilização tem se mostrado benéfica em pesquisas relacionadas à lesão cerebral traumática, lesão cerebral isquêmica e outros modelos de lesão do sistema nervoso central em adultos. Essa Tese tem como objetivos avaliar os efeitos da administração de progesterona e da hipotermia terapêutica sobre a lesão neural, a reatividade astrocitária e o neurodesenvolvimento em ratos Wistar submetidos à hipóxia-isquemia neonatal. No primeiro capítulo da Tese avaliamos o efeito da progesterona em animais machos neonatais submetidos ao modelo de HI neonatal. Os animais foram divididos em cinco grupos experimentais: SHAM, HI, HI+PROG-PRÉ (PRÉ), HI+PROG-PÓS (PÓS), HI+PROG-PRÉ/PÓS (PP). Os termos PRÉ e PÓS referem-se à administração de progesterona (na dose de 5 mg/kg) antes ou após o procedimento de HI neonatal. Dependendo do grupo experimental, os animais foram tratados com progesterona imediatamente antes da isquemia e/ou 6 e 24 horas após o início da hipóxia. Foram analisados volume de lesão do hemisfério e do hipocampo ipsilateral à lesão, além de células degenerativas nas áreas CA1 e hilo do hipocampo, como também a expressão das proteínas Akt, caspase-3 e GFAP. Neste capítulo foi possível observar neuroproteção da administração da progesterona quando administrada 6 e 24h após a lesão, reduzindo todos as propriedades analisadas em comparação ao grupo HI sem tratamento. No segundo capítulo avaliamos os efeitos da hipotermia terapêutica experimental em animais submetidos ao modelo de HI neonatal de ambos os sexos em diferentes janelas terapêuticas. Animais machos e fêmeas foram tratados por hipotermia (32ºC) por 5h, o começo do tratamento foi distinto para cada grupo: 2h, 4h, e 6h após a lesão. Após 7 dias da lesão os animais foram a testes comportamentais e foram avaliados o volume de lesão no hemisfério, hipocampo e córtex cerebral, além de células degenerativas e astrogliose no hipocampo. Neste capítulo foi observado que os efeitos da hipotermia terapêutica podem ser dependentes tanto do momento de início do tratamento como do sexo dos animais. A HT iniciada 2h após a HI causou redução da lesão neural e dos tempos de latência nos testes comportamentais em ratos de ambos os sexos. Também foi possível ver um efeito na astrogliose dependente do sexo, uma vez que apenas fêmeas que iniciaram o tratamento 2h após o início da lesão apresentaram redução dos parâmetros morfológicos de astrogliose. No entanto, quando o tratamento tinha início ao final da janela terapêutica (6h), as fêmeas apresentavam aumento de células degenerativas e do tempo de latência em comparação ao grupo submetido ao modelo, mas sem tratamento. Os resultados na presente tese sugerem que a progesterona é um potencial candidato para o tratamento da HI neonatal, por ter produzido melhoras mesmo quando administrada após 6h da lesão; já os efeitos da hipotermia são dependentes do tempo de início do tratamento e do sexo dos animais.