A (des)ordem doméstica : disposições, desvios e diálogos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Monsell, Alice Jean
Orientador(a): Fervenza, Hélio Custódio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/18663
Resumo: A pesquisa de Doutorado em Poéticas Visuais, intitulada “A (des)ordem doméstica: Disposições, desvios e diálogos”, do PPGAV/IA/UFRGS, orientada pelo Prof. Dr. Hélio Fervenza desde 2005, partiu da visita a casas de colaboradoras, que registraram a disposição e o display dos objetos de seu lar. Na minha casa, comecei a desenvolver procedimentos táticos de détournement (desvio) das minhas práticas domésticas e artísticas com base em modelos da vida cotidiana – os registros das visitas, os processos domésticos materiais e sociais, sua efemeridade e seus acasos – notando algumas referências na arte: os Tableaux Piéges (Pinturas Armadilhas, 1960-70) de Daniel Spoerri. Gartenskulptur (1968- 96) de Dieter Roth, Gordon Matta-Clark, Kurt Schwitters, bem como a noção de “arte comoa- vida” em Allan Kaprow. Entre 2005 e 2006, emergem procedimentos de desvio (détournement) de processos de uso e da função de objetos domésticos a pa rtir de sua reconstrução, usando como materiais de trabalho as “sobras, que se referem aos objetos inúteis, guardados e acumulados na minha casa. A operação poética, a “to-pó-grafia”, investiga a disposição pelo desvio de um guardanapo de crochê para a função de matrizestêncil coberta com poeira, embaralhando a ordem cultural deste objeto. O gesto doméstico de varrer sofre o desvio através dos “re-enquadramentos”, quando poeira e detritos do chão são transformados em “quadros” pendurados na parede em cima do sofá, problematizando um modelo da arte, bem como um modelo doméstico de disposição e de display. A partir do final de 2006, experimentei com a inserção da documentação fotográfica das visitas em objetos domésticos reais ou reconstruídos. Esse é um dos procedimentos que elabora questões de apresentação pública. Emerge nesta etapa, a proposta de apresentação e display: a domesticação. Essa se refere à operação de “domesticar um espaço não-doméstico”, pela recontextualização. Por exemplo, de uma garagem, uma sala de aula ou galeria, a partir de modelos de disposição observados em casas. A domesticação de uma galeria faz com que a função estética dos objetos e sua função social oscilem, transformando o espaço em meio para fornecer um contexto para diálogo e trocas. Uma das táticas para potencializar tais interações inclui minha presença no espaço de apresentação, em certos dias e horários, para “receber as visitas”, trocar palavras, compartilhar chá com bolachas... visando a instaurar dúvidas sobre a função e a (des)ordem dos objetos ali dispostos e propor outro modelo social para as relações que podem ocorrer dentro de um espaço íntimo público.