Prevalência de discinesia e discinesia problemática na Doença de Parkinson : revisão sistemática e meta-análise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Camelo, Daniel Monte Freire
Orientador(a): Schuh, Artur Francisco Schumacher
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255138
Resumo: Introdução: Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente. A levodopa constitui a principal medicação no tratamento dessa condição, porém seu uso crônico usualmente leva ao desenvolvimento de complicações motoras, entre essas a discinesia. Apesar da literatura relatar prevalência variável, estima-se que ocorra em metade dos pacientes após cinco anos de doença, variando de leve, com pouco impacto na vida dos pacientes, à grave, associada a dor ou impacto funcional, conhecida como "discinesia problemática". Publicações acerca do impacto das discinesias e a importância clínica que deve ser atribuída a essas flutuações apresentaram conclusões discordantes, o que motivou a realização do presente trabalho. Objetivo: uma revisão sistemática e metanálise para determinar a prevalência de discinesia e de discinesia problemática e seus fatores determinantes. Métodos: O protocolo desta revisão sistemática e mata-análise foi publicado no International Prospective Register of Systematic Reviews ( PROSPERO, CRD42020187245). Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados Embase e Medline/PubMed com os termos “Doença de Parkinson”, “discinesia” e “prevalência”, incluindo estudos transversais, coorte retrospectivo, caso-controle e ensaios clínicos que apresentassem informações quanto à frequência de discinesia. Os critérios de inclusão compreenderam estudos disponíveis na íntegra, no idioma inglês e que apresentassem informações em relação ao objeto da pesquisa no resumo e/ou no corpo do artigo. Os artigos repetidos ou que tratavam de outra temática foram excluídos. Cinco revisores independentes avaliaram o resumo do artigo para incluir no estudo. Realizou-se tabelamento de dados através de um formulário sobre variáveis de interesse e avaliação também quanto à qualidade metodológica. O teste Q de Cochran e o I2 foram usados para quantificar a heterogeneidade entre os estudos. Foi realizada meta-regressão em variáveis contínuas para determinar associação com a prevalência de discinesia. Para todos os testes, p-valor foi considerado significativo quando p < 0.05. Resultados: Foram avaliados 245 resumos, sendo incluídos 34 estudos ao final. A meta-análise avaliou estudos de 20 países diferentes, sendo a maioria dos estudos de países europeus (14 estudos) e asiáticos (11 estudos), e revelou uma prevalência de discinesia na Doença de Parkinson de 38% ( CI= 31%-47%, n = 10,324), porém com alta heterogeneidade (I2 97%). Duração da doença e estudos mais antigos foram associados a maior prevalência de discinesia. Estudos com maior número de pacientes estavam relacionados a taxas menores de discinesia. A avaliação da prevalência de discinesia problemática foi limitada pelo reduzido número de artigos que descreviam a gravidade da discinesia. Apenas quatro estudos descreveram a intensidade da discinesia e a prevalência da discinesia problemática variou entre 16% e 26%. Conclusão: Foi encontrada uma prevalência de discinesia de quase 40% nos pacientes com Doença de Parkinson, variando para menos em estudos mais recentes. O tempo de duração da doença parece ser o principal determinante clínico para ocorrência de discinesia.