Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Cavalcanti, Rômulo Torres Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-03012023-112127/
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Resumo: |
A doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes, caracterizada pela presença de sintomas motores clássicos (tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural). O tratamento sintomático é efetivo, mas o tratamento crônico com a levodopa está associado ao aparecimento das complicações motoras, que inclui as discinesias induzidas pela levodopa (DIL). As DIL são um problema clínico frequente e importante no curso do tratamento da DP com morbidade significativa, e não existe ainda um tratamento muito eficaz para o seu controle. Assim, iniciativas buscando desenvolver intervenções eficazes para esse problema clínico são importantes. Novas evidências mostram que a fisiopatologia das DIL estaria associada à ativação de processos inflamatórios no sistema nervoso central. O aumento na presença de astrócitos e micróglia, ativados, assim como de citocinas pró-inflamatórias, como o TNF-α, IL-6 e IL-1β, no estriado de animais submetidos ao modelo experimental de discinesia embasa esta hipótese. Além disso, agentes anti-inflamatórios, como corticosteroides e antagonistas de receptor de citocinas, induziram redução dos movimentos discinéticos nestes modelos animais. A doxiciclina é uma droga de efeito antimicrobiano, mas com propriedade de inibição de metaloproteinases da matriz extracelular e com atividade antioxidante e anti-inflamatória no sistema nervoso central. Em estudos experimentais a droga reduziu as DIL em roedores. Seu uso clínico crônico por via oral é padronizado para várias doenças humanas como a malária e a rosácea, apresentando boa margem de segurança. Por isso, consideramos a possibilidade de que o tratamento com doxiciclina oral pudesse reduzir as DIL em pacientes com DP, sem causar eventos adversos significativos. Realizamos um estudo piloto, fase II, aberto, não-controlado, de intervenção terapêutica, utilizando a doxiciclina em doses de 200mg/dia, em pacientes com DP apresentando DIL. O objetivo foi verificar se a droga reduziria as DIL avaliadas: pela escala unificada de avaliação das discinesias (Unified Dyskinesia Rating Scale - UDysRS) e pelo diário motor, após 12 semanas de tratamento. Nós incluímos e tratamos 8 pacientes, e observamos redução significativa do escore global da UdysRS (Friedman\'s X2 = 9.6, p = 0.008) e no tempo ON com discinesias problemáticas (Friedman\'s X2 = 10.8, p = 0.004) em relação às avaliações iniciais. Não observamos piora do parkinsonismo e nem efeitos adversos importantes. Concluímos que a doxiciclina parece segura e pode ser eficaz em reduzir as DIL em pacientes com DP. |