Investigação do mecanismo de ação do Nitroprussiato de Sódio em modelo animal da discinesia induzida por L-DOPA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Keila Dayane Bariotto dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-27052020-093938/
Resumo: O uso prolongado de L-DOPA (L-3,4-dihidroxifenilalanina), utilizada para o tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson, resulta em complicações motoras debilitantes como a discinesia induzida por L-DOPA (LID). A modulação do sistema nitrérgico tem sido uma importante estratégia terapêutica dentre os estudos que buscam tratamentos farmacológicos para a LID. Resultados do grupo mostraram que a administração do 7-nitroindazol (7-NI), inibidor preferencial da isoforma neuronal da enzima sintase de óxido nítrico (NOS), reduz a LID em modelos experimentais. Esse efeito é associado à redução de marcadores moleculares clássicos da discinesia no estriado lesionado, como o gene de resposta imediata ΔFOS-B, e de fatores inflamatórios, como células positivas para a enzima ciclooxigenase-2 (COX-2), micróglia marcada com OX-42 e astrócitos marcados com GFAP. Interessantemente, doadores de óxido nítrico (NO), também produzem efeito antidiscinético. Entretanto, os mecanismos moleculares envolvidos na diminuição da discinesia pelos doadores de NO ainda não estão elucidados. Esse estudo teve como objetivo investigar os mecanismos pelo qual o doador de NO, Nitroprussiato de Sódio (NPS) atua na redução da LID. Foi realizada uma curva dose-resposta para a L-DOPA (10, 20, 30 e 50 mg/kg, gavagem) em ratos hemiparkinsonianos com o objetivo de caracterizar a discinesia, e então avaliamos o efeito do tratamento agudo (após a discinesia estabelecida) e crônico (durante o desenvolvimento da discinesia) com o NPS nas doses de 2 e 4 mg/kg (i.p.). Ao final dos experimentos, analisamos o número de núcleos positivos para ΔFOS-B, células positivas para COX-2, a densidade ótica integrada de OX-42 e GFAP, e as concentrações teciduais de nitrito, dos nucleotídeos cíclicos AMPc e GMPc e da forma fosforilada da proteína CREB no estriado dorsolateral lesionado de ratos. Por fim, avaliamos o efeito da aplicação intraestriatal de zaprinaste, inibidor das fosfodiesterases 5, 6 e 9 (aumentando os níveis de GMPc) sobre a LID. Nossos resultados demonstraram que o tratamento agudo ou crônico com NPS reduz a discinesia já estabelecida ou atenua o seu surgimento; entretanto, a modulação do NPS sobre a expressão de fatores moleculares, como %Delta;FOS-B, ou de fatores inflamatórios, como COX-2, OX-42 e GFAP não apresentou um padrão típico de drogas antidiscinéticas. O tratamento com NPS aumentou as concentrações teciduais de nitrito e GMPc (já previamente aumentados pelo tratamento com L-DOPA), ao passo que o tratamento com 7-NI 30 mg/kg preveniu esse aumento induzido pela L-DOPA. Surpreendentemente, o NPS teve ação inibitória sobre os níveis de AMPc e da proteína CREB fosforilada, de forma similar ao 7-NI. Por fim, o aumento dos níveis intracelulares de GMPc, através do zaprinaste (aplicado centralmente) reduziu a LID, confirmando a importância deste segundo mensageiro no controle da manifestação da LID. Desta forma, nossos resultados sugerem que a redução dos níveis de AMPc no estriado lesionado é um importante fator comum às drogas nitrérgicas, NPS e 7-NI na redução da discinesia em ratos hemiparkinsonianos, e essa modulação pode depender da mobilização da via NO/guanilato ciclase/GMPc no estriado.