Preditores de bullying escolar em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rigatti, Roberta
Orientador(a): Heldt, Elizeth Paz da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219826
Resumo: O bullying é uma forma de comportamento agressivo, usualmente maldosa, deliberada e persistente. É considerado uma forma de violência e um problema de saúde coletiva. Estudos têm comprovado prejuízos em curto e em longo prazo, além da alta prevalência de problemas educacionais, emocionais e legais associados ao bullying. No entanto, estudos de seguimento que avaliem fatores que determinam o comportamento de bullying em ambiente escolar ainda são escassos. O objetivo da presente pesquisa foi o de avaliar os preditores de comportamento de bullying relacionados às características demográficas, psicossociais (problemas de saúde mental e temperamento) e de desempenho escolar no período de seguimento de três anos. Tratase de um estudo de seguimento para avaliar os fatores preditores de bullying em adolescentes escolares. A população foi de alunos das turmas do 8º e 9º ano diurno de três escolas da rede pública de ensino de Porto Alegre/RS. Na ocasião da primeira coleta, os alunos estavam cursando o 5º e o 6º ano. Os instrumentos foram aplicados nas escolas pela equipe de pesquisa, em sala de aula, no último trimestre de 2017. O comportamento de bullying foi avaliado com o Questionário de Bullying (QB) – versão agressor e versão vítima. As características de temperamento foram identificadas por meio do Inventory of callous-Unemotional Traits (ICU) e do Índice de Reatividade Afetiva - versão de criança (ARI-C) e o Questionário de Capacidades e Dificuldades - versão criança (SDQ-C) avaliou os problemas de saúde mental. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do CEP da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (CAEE nº19651113.5.0000.5338). Um total 248 alunos responderam aos questionários nos dois momentos do estudo, sendo que 129(52%) eram meninos, com média de idade de 14,6 (DP=1,12) anos e com 110(44,4%) de etnia autodeclarada branca. Na comparação entre os dois períodos do estudo, observou-se que houve mudanças significativas em relação ao bullying, sendo que os escores aumentaram significativamente para o agressor (p<0,001) e houve diminuição para vítima (p=0,024). Os traços de temperamento também aumentaram significativamente para a irritabilidade (p=0,004) e indiferença (p<0,001), porém, houve diminuição significativa para insensibilidade (p=0,039). Foi encontrada correlação positiva significativa fraca entre a vítima e o agressor com os traços de irritabilidade, insensibilidade e o total do ICU. Já a indiferença foi correlacionada, significativamente, com o agressor e não com o envolvimento como bullying vítima. O problema de saúde mental que apresentou correlação positiva significativa foi no domínio conduta, tanto para vítima como para agressor. Observou-se modificação significativa no tipo de prática de bullying ao longo dos três anos, com aumento significativo no comportamento de vítima-agressor. Foi encontrado que a repetência escolar, a irritabilidade e a insensibilidade aumentam o risco para o comportamento como vítima-agressor. Por outro lado, menor escore do domínio emocional diminui o risco para o envolvimento como vítima-agressor. Os achados evidenciaram que a mudança no comportamento de bullying, sobretudo, para o envolvimento como vítima-agressor tem relação com o desempenho escolar, com determinados traços de temperamento e com problemas do domínio de conduta entre adolescentes ao longo de três anos de pesquisa.