Desempenho cognitivo e impacto da alfabetização fônica no contexto de educação de jovens e adultos na cidade de São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fragoso, Analice Oliveira lattes
Orientador(a): Capovilla, Alessandra Gotuzo Seabra lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EJA
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/24569
Resumo: Estudos em neuropsicologia são importantes para se verificar a influência da alfabetização e da escolarização no desenvolvimento cognitivo, para compreender, por exemplo, as dificuldades encontradas por adultos em fase de alfabetização tardia, bem como identificar métodos de intervenção mais eficazes. Porém, tal ênfase não tem ocorrido no âmbito nacional. A presente pesquisa objetiva: 1) relacionar o desempenho cognitivo de alunos de Educação de Jovens e Adultos à idade em que foram alfabetizados; 2) relacionar o desempenho cognitivo de alunos de Educação de Jovens e Adultos à progressão escolar; 3) adaptar o método fônico para alunos e verificar o efeito da alfabetização fônica como método para promover leitura e escrita para esse público. Participaram 200 alunos, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 75 anos (idade média = 47,10 anos, DP= 12,20), das séries do Ensino Fundamental I e II de uma escola em São Paulo. O instrumento utilizado para avaliação da inteligência foi a escala de Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI); a atenção foi avaliada pelo Teste de Atenção por Cancelamento (TAC); as funções executivas, pelo Teste de Trilhas para Pré-Escolares (TI-PE); a linguagem oral, por meio da prova de consciência fonológica por produção oral (PCFO) e do Teste de Vocabulário por imagem Peabody (TVIP); a linguagem escrita, pelo Teste de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP) e Ditado (DT); a avaliação das habilidades matemáticas foi feita com a Prova de Aritmética (PA); e o processamento visuoespacial e memória visual, por meio das Figuras Complexas de Rey. Na primeira parte do estudo, todos os alunos foram avaliados nesses instrumentos. Conduziram-se análises de comparação de médias, por meio de Análise Variância, entre dois grupos, a saber: grupo alfabetizado em idade regular (GAIR) e grupo de alfabetizado em idade tardia (GAIT). Foram usadas como medidas os resultados em cada um dos testes aplicados. Não houve efeito significativo de grupo, indicando que a idade no início da alfabetização não parece ter influenciado os resultados nessas medidas, atendendo ao objetivo 1. Para atender ao objetivo 2, foram conduzidas análises de comparação de médias, por meio de Análise de Variância, entre as séries em cada um dos testes aplicados. Houve efeitos significativos na maioria das medidas, por meio de Análise de Variância, entre as séries em cada um dos testes aplicados. Houve efeitos significativos na maioria das medidas, apontando que, quanto maior o número de anos estudados, melhor tende a ser o desempenho cognitivo em diferentes tarefas. Na segunda parte do estudo, foi concluída intervenção com o método fônico adaptado para os alunos do grupo experimental (GE), enquanto os do grupo controle (GC) continuaram com a alfabetização regular. Para atender ao objetivo 3, foram conduzidos teste t de Student , tendo como fatores o grupo (GE e GC). Como medida, usou-se o delta (medida pós-intervenção menos medida pré-intervenção). Os resultados não apresentaram efeitos significativos nas medidas TAC, TT-PE parte A, TVIP, PA e Rey, o que era esperado dada a especificidade da intervenção. Contudo, em quase todas as medidas em consciência fonológica e em quase todas as escritas, o GE apresentou maiores ganhos após a intervenção. Na avaliação de leitura (TCLPP), não houve efeito significativo em nenhuma medida, porém ficou clara a mudança de estratégia de leitura usada pelo GE, com leitura mais fonológica após a intervenção. O estudo possibilitou analisar efeitos de idade de alfabetização e de série, bem como adaptar um instrumento eficaz de alfabetização, inicialmente desenvolvido para crianças, para o público de jovens e adultos, demonstrando seus efeitos na promoção da linguagem escrita para esse público, contribuindo de forma inédita, no Brasil, para o diálogo entre a neuropsicologia e a educação de jovens e adultos.